segunda-feira, 29 de agosto de 2011

SERJUSMIG ajuda a conter assédio moral além das fronteiras nacionais


Publicado no site do SERJUSMIG
(Dados e imagens gentilmente cedidos pela jornalista Taís Ferreira)

“Comissão de Combate ao Assédio Moral no Trabalho SERJUSMIG/Sinjus-MG” presente no “1º Congresso Iberoamericano” sobre o temaRealizado no México (na Escola Nacional de Antropologia e História, na Capital mexicana), entre os dias 6 e 8/7/2011, o evento enfocou peculiaridades/dificuldades na prevenção e no combate a esse malefício que afeta o cotidiano profissional. A “Comissão SERJUSMIG/Sinjus-MG” foi representada pelo psicólogo Arthur Lobato. Além de proferir palestra sobre o trabalho desenvolvido pelo grupo, Lobato também participou do curso (pré-congresso) intitulado “Estudo Científico do Mobbing no Trabalho”, ministrado pelo Dr. Kenneth Westhues, professor da Universidade de Waterloo, Canadá. Em sua explanação, ele abordou experiências vivenciadas, desde que iniciou sua atuação na NOSSA “Comissão”. Arthur fez apontamentos sobre as principais ações implementadas pelo Grupo, desde 2007 (quando, em “estágio embrionário”, ainda era um grupo de estudos). O psicólogo, que atende aos casos trazidos às duas entidades da Justiça Estadual Mineira, apresentou uma síntese da História da "Comissão". 

Arthur Lobato e Margarida Barreto: bandeira defendida com orgulho.(Foto de Taís Ferreira)

Lobato fez questão de mostrar, também, um quadro evolutivo da ação conjunta das entidades – acentuando a publicação de cartilhas; as palestras no Tribunal; o projeto preventivo proposto pela Comissão ao TJ (e iniciado na Casa); a realização do Concurso de Monografias e afins. Ele ainda relatou o canal de denúncias (online) da “Comissão”, assim como o Plantão do Assédio, ressaltando como todo esse encadeamento de ações contribuiu para o resultado positivo concretizado na Lei Estadual 116/2011 (dispõe sobre a prevenção e punição do assédio moral na Administração Pública de Minas Gerais). Tal norma é fruto de uma proposta da Coordenação Intersindical do Funcionalismo Mineiro, negociada com o Governo (que concordou em apresentá-la ao Legislativo, evitando, assim, o chamado “vício de origem”). A citada legislação estadual teve proposta embrionária, acordada na Intersindical, tomando por base num pré-projeto da “Comissão SERJUSMIG/Sinjus” (até então, em fase de "arremate", numa parceria com os deputados estaduais André Quintão / PT; e Sargento Rodrigues / PDT).

No encerramento do Congresso, dias 8 e 9/7, Lobato participou do projeto “Roda de Conversa” (com vítimas de assédio moral no trabalho) e integrou uma rica “Mesa de debate”. Ambas as atividades contaram, ainda, com a médica do trabalho brasileira, Dra Margarida Barreto (da PUC São Paulo, grande especialista sobre o tema); e da advogada cubana Lydia Guevara Ramirez. Ao final dos trabalhos, os participantes deliberaram a criação de um “Fórum Iberoamericano de Combate ao Assédio Moral no Trabalho”, em moldes similares ao Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Aproveitando a experiência do FNDC, eles já deram início à ideia, criando um blog. Ainda no México, o psicólogo da NOSSA “Comissão” foi entrevistado por um veículo de radiodifusão local. Ao retornar ao Brasil, concedeu entrevista para o Canal Futura (que pode ser conferida em http://youtu.be/GJhxhuJV_yE).

(Incluída em 11/08/2011 às 15:55)SERJUSMIG

Sinjus apresenta experiência de Minas em 2º Seminário Catarinense de Prevenção ao Assédio Moral no Trabalho


Nos dias 25 e 26 de agosto foi realizado em Florianópolis, com o apoio do CEREST/SC,  o II Seminário Catarinense de Prevenção ao Assédio Moral no Trabalho. Com o objetivo de  divulgar o tema assédio moral no trabalho, por meio de palestras com pesquisadores referenciais no Brasil, o problema foi discutido em mesas redondas e apresentação de relatos de investigação científica, casos e experiências.


O assédio moral no trabalho é uma prática desumana que degrada as relações interpessoais e organizacionais. Situações de humilhação, constrangimentos, violências, deterioração proposital das condições de trabalho, atentados contra a dignidade são característica da ocorrência do assedio moral. Os seus efeitos nocivos podem comprometer a saúde e a vida dos trabalhadores, bem como o desempenho organizacional.

Robert França,  coordenador-geral do Sinjus (Sindicato dos Servidores da Justiça de Segunda Instância de Minas Gerais), que representa também o Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais (TJMMG), falou sobre a importância dos sindicatos na prevenção do assédio. 




Para França, no Brasil alguns sindicatos iniciam agora o que o Sinjus e o Serjusmig, através da "Comissão de Combate ao Assédio na Administração Pública" já fazem a quatro anos,  um trabalho com base teórica que é referendado por instituições de ensino superior através de convites para congressos e seminários como o II Seminário sobre assédio moral em Santa Catarina, onde relatos de investigação científica e pesquisas avançadas proporcionam  a discussão de experiências práticas e a interlocução entre pesquisadores e profissionais da saúde.

Para ele os sindicatos devem usar todos os meios para dar visibilidade a este mal e discutir no espaço público para trabalhar estratégias de prevenção, educação, escuta multidisciplinar privilegiada (plantão) e intervenção no local do trabalho. 


"Os servidores, assim como os empregadores tem direitos e deveres e é necessário que cada um se conscientize deles, para que possamos produzir com respeito, preservando a saúde física e psíquica. É preciso transformar o pacto de silêncio em pacto de solidariedade", finalizou Robert França.


Respondendo à pergunta de um participante sobre o motivo da pressão tão grande em cima do trabalhador, o psicólogo Arthur Lobato que também participou do evento disse: "Nós tivemos uma transformação muito rápida do mundo do trabalho. Passamos para um trabalho mais intelectual, em frente ao computador, seja numa logística de carga, serviço público, ou empresa privada, e a organização do trabalho não teve uma mudança, ou seja, ela continua a mesma, você tem uma ferramenta, o computador, para produzir mais e a consequência é o alto número de licenças de saúde e aposentadorias por problemas mentais e emocionais. São tantos os casos que a sociedade civil organizada tem que tomar uma providência". 
Na opinião de Lobato, "quando o INSS já começa a detectar que o problema do adoecer psíquico está relacionado à empresa, nós estamos avançando. Quando o Ministério do Trabalho já publica uma cartilha sobre o assédio moral, é porque chegamos a um ponto onde não há como negar o problema. Então, a gente entra com as discussões, as universidades entram com as pesquisas científicas, os psicólogos entram com as intervenções nas empresas. O assediado teria aí, que ter o acolhimento dos CERSATS, dos sindicatos e da família".


O psicólogo também falou sobre o projeto de saúde dos servidores da justiça do estado de Minas Gerais "Combate ao Assédio Moral na Administração Pública", no qual participa desde a constituição do grupo de estudos em 2007. Segundo o psicólogo a prevenção é a base do trabalho, mas para isso é necessário conhecer o conceito, as leis, produzir cartilhas, artigos, canais de denúncia no site, e outros materiais para intervir e dar visibilidade ao tema, como o projeto de lei aprovado pelo governo de Minas e o plantão de atendimento multidisciplinar.


Taís Ferreira - jornalista
http://cinejornalismoempauta.blogspot.com/
http://assediomoralesaudenotrabalho.blogspot.com/


A fotógrafa Taís Ferreira disponibiliza mais algumas fotografias do Seminário: