quarta-feira, 28 de outubro de 2015

SindjusRS: Curso capacita para o combate ao assédio moral no trabalho


Texto e fotos: Taís Ferreira, para o blog Assédio Moral e Saúde no Trabalho




Nos dias 21, 22 e 23 de outubro os Membros da Comissão Paritária de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, no âmbito do Poder Judiciário do Rio Grande do Sul participaram de curso ministrado pelo psicólogo Arthur Lobato, no auditório da Escola Superior da Magistratura – AJURIS, em Porto Alegre.

Servidores, profissionais de saúde, juízas, desembargadoras doTJRS e representantes da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul - Ajuris, Sindjus-RS, ASJ e Abojeris acompanharam o curso e puderam esclarecer dúvidas sobre o assédio moral no ambiente de trabalho.

Foi ressaltada a importância de soluções preventivas que levem em conta a origem da violência laboral e não somente seus efeitos. A relação do assédio moral com a organização do trabalho, o sofrimento vivenciado pelo assediado, e a necessidade de uma política institucional para coibir a prática de assédio moral foi debatida no primeiro dia.

Mais do que "vigiar e punir", foi destacado o papel educativo da comissão, orientando, esclarecendo e dando visibilidade a esse inimigo invisível, o assédio moral no trabalho, através da informação sobre os efeitos maléficos do assédio moral sobre a saúde do trabalhador, disse Lobato, que é consultor de sindicatos de servidores do judiciário de Minas Gerais Serjusmig, Sinjus/MG e Sitraemg. O psicólogo ressaltou a importância da categoria trabalho, na relação de causa e efeito, entre o assédio e o adoecer do trabalhador. No segundo dia, foi apresentado o histórico da aprovação da lei complementar 116/2011 conquistada pelos sindicatos Sinjus/MG e Serjusmig com o apoio da categoria.

Também foram analisados os documentos que que criaram a Comissão Paritária no Rio Grande do Sul e seu regimento interno, com um debate de alto nível e grande participação dos presentes.

Outro ponto abordado foi a importância da solidariedade do grupo de trabalhadores, já que o individualismo, metas e produtividade, características do trabalho na iniciativa privada, estão sendo aplicados no serviço público. Por isso, a importância da ação dos sindicatos e associações, além do trabalho da Comissão Paritária. Foram debatidas, também, questões jurídicas, estratégias de ação e as recomendações preventivas da OIT (Organização Internacional do Trabalho) em relação ao combate do assédio moral.

O curso abordou, no terceiro dia, o sofrimento psíquico da vítima. O assédio moral, muito mais que um conflito interpessoal, é uma questão que envolve a organização do trabalho, e o coletivo dos trabalhadores, pois um trabalhador adoecido por causa do assédio moral, revela o mal estar no ambiente do trabalho. Como o assédio afeta a auto estima, a dignidade e a honra de quem é assediado, foi ressaltado a importância da escuta do servidor(a), para análise do caso pela Comissão Paritária e elaboração de estratégias de ação.

No curso Arthur Lobato ressalta a importância dos trabalhos da médica Dra Margarida Barreto e do psicólogo Roberto Heloani, os pioneiros no estudo do assédio moral no Brasil.

O psicólogo Arthur Lobato e a jornalista Taís Ferreira foram declarados pelo Ato Nº 042/2015P, assinado pelo Desembargador José Aquino Flores de Camargo, presidente do TJRS, hóspedes oficiais do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul para realizarem o Curso de Capacitação para Membros da Comissão Paritária de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral.








Publicado em: http://sindjus2.hospedagemdesites.ws/site/


http://sindjus2.hospedagemdesites.ws/site/


domingo, 25 de outubro de 2015

ABOJERIS na luta pela saúde emocional dos Oficiais de Justiça do Rio Grande do Sul

Sonia Felin, diretora social, Rosângela Poglia, Vice-presidente,
Arthur Lobato, psicólogo,  Jaques Pereira, presidente ABOJERIS


O psicólogo e professor Arthur Lobato visitou a sede da ABOJERIS esta semana para uma reunião com o presidente da entidade, Jaques Pereira. O doutor ministrou o Curso de Combate ao Assédio Moral da Comissão Paritária de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral e Doenças Decorrentes, que se encerrou na quinta-feira (22/10), na sede da Ajuris. A ABOJERIS integra a Comissão e integrou o grupo que possibilitou a vinda do professor ao estado.

Segundo o Dr. Lobato, o assédio moral é um "adoecer silencioso" que envolve toda a organização do trabalho, e mesmo que efetuado por uma pessoa, acaba afetando o coletivo dos trabalhadores. "O assédio moral é muito mais que um conflito interpessoal, constitui-se de uma série de práticas perversas, sistemáticas, com intenção de prejudicar, de machucar. Esse tipo de violência denigre a imagem, a honra, desmotivando o trabalhador, transformando em uma pessoa sem capacidade de trabalhar porque se sente incompetente", completou.

Para o presidente Jaques Pereira, é grande o número de Oficiais de Justiça que se afastam do trabalho por problemas psicológicos e estresse físico. "Muitos aguentam calados, e acabam não se afastando para não sofrer redução salarial", relatou. Dr Lobato entende o OJ como ponto fundamental para o funcionamento do judiciário, e, por isso, merece acompanhamento mais próximo no que diz respeito a saúde mental.

A Comissão é uma iniciativa importante para a sensibilização do problema, que envolve a prevenção, a diminuição do sofrimento, a melhoria das condições laborais, visando, assim, diminuir as consequências do assédio moral, como depressão, ansiedade e síndrome do pânico. "Está prática está adoecendo o trabalhador do judiciário, porque o judiciário, como todo serviço público, está implantando métodos que vêm da iniciativa privada, como a questão das metas, a produtividade, o individualismo, as novas tecnologias, como o processo judicial eletrônico", afirmou o psicólogo.


Publicado em: http://www.abojeris.com.br/ 
Fotografias: Taís Ferreira

Arthur Lobato, psicólogo,  Jaques Pereira, presidente ABOJERIS

Sonia Felin, diretora social, Rosângela Poglia, Vice-presidente,
Arthur Lobato, psicólogo,  Jaques Pereira, presidente ABOJERIS

Sonia Felin, diretora social ABOJERIS, Arthur Lobato, psicólogo.



Escola da AJURIS sedia curso de Combate ao Assédio Moral na Administração Pública

Fotografias: Taís Ferreira 

A Escola Superior da Magistratura recebeu nos dias 21, 22 e 23 de outubro o curso de Combate ao Assédio Moral na Administração Pública, promovido pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, AJURIS, ASJ, Sindijus e Abojeris.

O curso contou com a participação dos Membros da Comissão Paritária de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, no âmbito do Poder Judiciário do RS, e tem como objetivo a manutenção da qualidade de vida dos magistrados e servidores do Judiciário, tratanto formas preventivas da questão do assédio moral e resolução de conflitos.

O psicólogo e consultor de sindicatos de servidores do judiciário de Minas Gerais Serjusmig, Sinjus/MG e Sitraemg, Arthur Lobato, foi um dos palestrantes do encontro.

A comissão foi instituída pela presidência do Tribunal de Justiça do RS por meio do Ato 038/2015 e é presidida pela desembargadora Denise de Oliveira Cezar.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, sindicatos e associações promovem curso de Combate ao Assédio Moral na Administração Pública

















Taís Ferreira, jornalista e fotógrafa

Nos dias 21, 22 e 23 de outubro os Membros da Comissão Paritária de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, no âmbito do Poder Judiciário do Rio Grande do Sul participaram de curso ministrado pelo psicólogo Arthur Lobato, no auditório da Escola Superior da Magistratura – AJURIS, em Porto Alegre.


Servidores, profissionais de saúde, juízas, desembargadoras doTJRS e representantes  da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul - Ajuris, Sindjus-RS, ASJ e Abojeris acompanharam o curso e puderam esclarecer dúvidas sobre o assédio moral no ambiente de trabalho.


Foi ressaltada a importância de soluções preventivas que levem em conta a origem da violência laboral e não somente seus efeitos. A relação do assédio moral com a organização do trabalho, o sofrimento vivenciado pelo assediado, e a necessidade de uma política institucional para coibir  a prática de assédio moral foi debatida no primeiro dia. 

Mais do que "vigiar e punir", foi destacado o papel educativo da comissão, orientando, esclarecendo e dando visibilidade a esse inimigo invisível, o assédio moral no trabalho, através da informação sobre os efeitos maléficos do assédio moral sobre a saúde do trabalhador, disse Lobato, que é consultor de sindicatos de servidores do judiciário de Minas Gerais Serjusmig, Sinjus/MG e Sitraemg. O psicólogo ressaltou a importância da categoria trabalho, na relação de causa e efeito, entre o assédio e o adoecer do trabalhador. No segundo dia, foi apresentado o histórico da aprovação da lei complementar 116/2011 conquistada pelos sindicatos Sinjus/MG e Serjusmig com o apoio da categoria.

Também foram analisados os documentos que que criaram a Comissão Paritária no Rio Grande do Sul e seu regimento interno, com um debate de alto nível e grande participação dos presentes. 


Outro ponto abordado foi a importância da solidariedade do grupo de trabalhadores, já que o individualismo, metas e produtividade, características do trabalho na iniciativa privada, estão sendo aplicados no serviço público. Por isso, a importância da ação  dos sindicatos e associações, além do trabalho da Comissão Paritária. Foram debatidas, também, questões jurídicas, estratégias de ação e as recomendações preventivas da OIT (Organização Internacional do Trabalho) em relação ao combate do assédio moral.




O curso abordou, no terceiro dia, o sofrimento psíquico da vítima. O assédio moral, muito mais que um conflito interpessoal, é uma questão que envolve a organização do trabalho, e o coletivo dos trabalhadores, pois um trabalhador adoecido por causa do assédio moral, revela o mal estar no ambiente do trabalho. Como o assédio afeta a auto estima, a dignidade e a honra de quem é assediado, foi ressaltado a importância da escuta do servidor(a), para análise do caso pela Comissão Paritária e elaboração de estratégias de ação.

No curso Arthur Lobato ressalta a importância dos trabalhos da médica Dra Margarida Barreto e do psicólogo Roberto Heloani, os pioneiros no estudo do assédio moral no Brasil.

O psicólogo Arthur Lobato e a jornalista Taís Ferreira foram declarados pelo Ato Nº 042/2015P, assinado pelo Desembargador José Aquino Flores de Camargo, presidente do TJRS, hóspedes oficiais do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul para realizarem o Curso de Capacitação para Membros da Comissão Paritária de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral.



Campanha Nacional dos Bancários destaca o assédio


O mote da Campanha Nacional dos Bancários deste ano é 'Exploração não tem perdão'. São apresentados  os sete pecados capitais dos bancos: assédio, ganância, terceirização, discriminação, mentira, irresponsabilidade e ostentação. 

Uma campanha bem humorada,  que ajuda a dialogar com toda a sociedade.

1º Encontro Regional de 2015 reúne dezenas de servidores em Governador Valadares

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O psicólogo Arthur Lobato participou do 1º Encontro Regional do SITRAEMG em Governador Valadares falou sobre o Departamento de Saúde e Combate ao Assédio Moral, novo setor do SITRAEMG. Para Lobato o Sindicato tem uma função fundamental para o combate ao assédio, e o Departamento de Saúde tem a função de estudar os casos individuais e reforçar a solidariedade entre os servidores, buscando saídas coletivas. 


Publicado em: http://www.sitraemg.org.br/

Postado em: 19/10/2015

Como complemento ao projeto Pé na Estrada, que visa aumentar a interiorização e o trabalho de base do SITRAEMG, além de ser uma importante ferramenta na campanha de filiação e fortalecimento do Sindicato, foi realizado nesse fim de semana, no sábado, 17 de outubro, o Encontro Regional em Governador Valadares. Esse foi o primeiro dos encontros regionais que devem acontecer mensalmente em diversas cidades do interior do estado.
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O Encontro, que reuniu cerca de 35 servidores de Governador Valadares e região, teve inicio com um almoço de confraternização no restaurante Balaio de Manga, onde os servidores e coordenadores do SITRAEMG tiveram a oportunidade de se conhecerem e bater um papo sobre as lutas recentes e a realidade local.

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 Após o almoço, os servidores se deslocaram para o auditório do Imes, para assistir a palestra sobre Direito e Movimento Sindical, ministrada por Gustavo Machado, do Instituto Latino Americano de Estudos Socioeconômico (Ilaese).
Machado propôs uma discussão mais aprofundada sobre a atual crise do estado. Explicando, através de dados do Orçamento Geral da União, sobre o funcionamento do sistema de juros e do pagamento dos rolamentos da dívida pública, como os “desvios legalizados” são muito maiores até do que os maiores escândalos de corrupção já acontecidos no país. Em seguida, ele demonstrou como o sistema de pagamento da dívida tem sido o maior ator para a precarização dos serviços públicos e a tendência de privatização dos mesmos. Machado falou como o sindicato pode ser um importante instrumento de resistência para os ataques dos governos, e assinalou a luta independente dos trabalhadores como única saída contra a precarização.
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A palestra do Ilaese abriu um rico debate sobre o papel do Sindicato e sua relação com os governos. O coordenador geral do SITRAEMG Alan da Costa Macedo fez uma fala sobre a necessidade de independência entre os três poderes constitucionais e a necessidade de se manter uma neutralidade entre eles. Também falou sobre as próximas lutas do Sindicato, a sua independência perante os governos e a imperativa luta por Data-Base para o serviço público.
O debate também tocou temas como o papel do SITRAEMG na luta por reposição salarial, as estratégias de unidade com outras categorias, os fracionamentos internos por pautas especificas de seguimentos do Judiciário, a indignação seletiva que muitas vezes direciona críticas apenas ao governo do PT, ignorando as gestões anteriores e a questão estrutural que tem levado a precarização dos serviços públicos em contraposição a um maior investimento nos setor privado.
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Encerrado o debate, o psicólogo Arthur Lobato fez uma apresentação sobre o Departamento de Saúde e Combate ao Assédio Moral, novo setor do SITRAEMG em atividade, que teve deliberada a sua criação no o X Congresso da entidade. Lobato fez uma explicação sobre o funcionamento geral do departamento e sobre as categorias de assédio moral. O psicólogo explicou que o assédio moral deve ser entendido como parte da organização do trabalho e não apenas como casos isolados e individuais. Lobato falou que o assédio é uma relação de poder, que se baseia na hierarquia e visa constranger, diminuir e atingir a dignidade de uma pessoal e coloca em risco sua integridade pessoal e profissional. Ele falou sobre os adoecimentos laborais que acontecem em decorrência do assédio, e como todo o ambiente de trabalho é contaminado por essas situações, com reações que desencadeiam em assédio entre diretores, chefes de setor e subordinados, além de abusos e provações entre os próprios funcionários.
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Essas relações incentivam a competitividade e individualismo nos setores, gerando uma verdadeira guerra por produtividade. As novas tecnologias, que deveriam auxiliar, geram problemas, como o trabalho online 24 horas, a pressão por mais produtividade, que, muitas vezes não acompanham o treinamento e a estrutura para funcionamento. Lobato caracterizou que o Sindicato tem uma função fundamental para o combate ao assédio, e que o departamento tem a função de estudar os casos individuais e reforçar a solidariedade entre os servidores, buscando saídas coletivas. Ele também falou que os próximos passos do projeto vão ser criar cartilhas sobre o que é assédio moral, quais são os casos, tipificando alguns deles com exemplo. Além de buscar aliados dentro dos locais de trabalho, inclusive com os juízes.
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Após a exposição, os servidores contaram casos pessoais e problemas recorrentes em relação ao assédio moral dentro dos tribunais.
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Rematadas as intervenções, os diretores Alan da Costa Macedo, Sandro Pacheco, Dirceu dos Santos e Vilma de Oliveira, assumiram a mesa para falar sobre a atual gestão e as ações do Sindicato. Os coordenadores falaram sobre a greve, a luta por data base, as caravanas a Brasília e convênios. Os diretores convocaram aqueles servidores que ainda não eram filiados a se filiar, e para ajudar na construção do SITRAEMG. Falaram da importância do projeto Pé na Estrada e dos Encontros Regionais e sugeriram que os servidores elegessem delegados de base para facilitar o trabalho regional, tanto para a luta da categoria, quanto para a obtenção de novos convênios na região.
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Depois da apresentação, os servidores se encaminharam mais uma vez ao restaurante Balaio de Manga onde foi realizado um jantar e um happy hour para comemorar o sucesso do encontro. Veja as fotos:
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O trabalho e a saúde mental em segundo plano

maio 7, 2015 

Publicado em: http://www.revistaforum.com.br



Pode-se dizer que vivemos uma epidemia de doenças psíquicas relacionados ao trabalho: com sobrecarga de tarefas, múltiplas exigências e falta de autonomia para tomar decisões, não é por acaso que isso se tornou um problema social. Em entrevista, a auditora-fiscal do trabalho Luciana Veloso denuncia a negligência que os trabalhadores enfrentam quando a saúde mental é prejudicada.


Por Jarid Arraes

Vida de trabalhador não é fácil. Com excesso de tarefas, grandes exigências e falta de autonomia para tomar decisões, vive-se atualmente uma epidemia de transtornos mentais relacionados ao trabalho. Segundo o médico e pesquisador francês Christophe Dejours, há três fatores que apontam para essa realidade: os mecanismos de gestão por meritocracia e qualidade total, as avaliações individuais de desempenho e a tolerância do Estado a estes adoecimentos. Entre as diversas doenças relacionadas ao trabalho, há aquelas relacionadas a sobrecarga, patologias musculoesqueléticas, depressões, suicídios e as patologias ocasionadas devido a assédio.

Imagem: Arquivo Pessoal

A auditora-fiscal do trabalho Luciana Veloso publicou recentemente o livro Riscos Psicossociais e Saúde Mental do Trabalhador, pela editora LTR, apresentando os fatores de vulnerabilidade psíquica que permeiam o universo trabalhista. No livro, ela também denuncia a negligência cultural e institucional que os trabalhadores enfrentam quando a saúde mental é prejudicada.

Veloso, que também é bacharel em Administração de Empresas e Direito e doutoranda em Direito Político e Econômico pela Universidade Mackenzie, escreveu sua obra pautada na interdisciplinaridade. Em sua pesquisa, ela identificou muitos riscos psicossociais como sendo emergentes (crescentes em exposição e intensidade) relacionados tanto ao contexto em que o trabalho se desenvolve, quanto ao conteúdo do trabalho em si. Como exemplos, há a sobrecarga, a falta de apoio social, estressores físicos, excesso de exigências e a falta de influência e de autonomia no desenvolvimento do trabalho. Muitas vezes, a gota que faz o vaso transbordar pode ser decorrente de um fator bastante trivial, mas incidente sobre um indivíduo que já vinha suportando uma carga ambiental anterior considerável.

SINJUS recebe apoio em congresso internacional sobre Assédio Laboral






A reflexão sobre as relações de trabalho e estratégias de intervenção e articulação entre trabalhadores para combater a violência no trabalho e promover a saúde foram alguns dos temas debatidos em Florianópolis, entre os dias 8 e 11/10. O III Congresso Ibero-americano sobre Assédio Laboral e Institucional e IV Seminário Catarinense de Prevenção ao Assédio Moral no Trabalho reuniu especialistas em saúde e direito do trabalho de diferentes países da Ibero-América (Brasil, Espanha, México, Cuba, Venezuela, Costa Rica, Equador, Uruguai, Argentina e Chile). O SINJUS-MG foi representado pelo psicólogo e assessor do Sindicato, Arthur Lobato.

O encontro rendeu resultados positivos, entre eles a elaboração da Carta do Movimento Sindical, a criação de uma rede de combate e denúncias de assédio moral e uma Moção de Apoio à greve da nossa categoria.

Conferências, mesas de debates, minicursos, rodas de conversa, sessões de comunicação oral de trabalho, estudos e relatos de experiência foram realizados durante o Congresso e o Seminário para sensibilizar os presentes sobre as questões relacionadas à saúde do trabalhador, à prevenção e ao combate ao assédio moral.



União contra esse mal

Uma das participações do psicólogo Arthur Lobato foi no minicurso "Ações e Práticas no Combate ao Assédio Laboral". O especialista falou sobre as estratégias usadas pelos sindicatos dos servidores do TJMG e sua experiência nessa comissão, em que se discute amplamente o assédio no funcionalismo público.

Várias entidades sindicais se reuniram durante o encontro para debater ações necessárias para a prevenção do assédio por parte dos sindicatos. Entre elas a criação de uma Rede Nacional de Combate ao Assédio Moral, com a construção de ações unificadas para combate ao assédio no trabalho, denunciando aos órgãos internacionais as práticas antissindicais de criminalização e judicialização do movimento sindical. As entidades apresentaram uma Carta do Movimento Sindical.

“A questão do assédio moral está ligada à organização do trabalho. Vai afetar o coletivo dos trabalhadores. Por isso é necessária a intervenção dos sindicatos. Uma denúncia de assédio moral já demonstra que o ambiente de trabalho não está saudável”, explica.

Retaliação

Os servidores da 2ª Instância do TJMG estão em greve desde o dia 23/9 por uma série de retrocessos vividos pela categoria. A paralisação parcial das atividades defende o cumprimento da Data-Base de 2015, a implementação do Auxílio-Saúde e a anistia aos servidores grevistas de 2011.

Os servidores que participaram da greve de 2011 estão sofrendo retaliação por parte do Tribunal: além do corte de ponto, tiveram ainda prejuízos nas progressões e aposentadoria. Esses servidores estavam exercendo o direito legítimo de greve e foi esse movimento paredista que conquistou na época a regulamentação da Lei da Data-Base.


Arthur Lobato participou também da Sessão de Relatos de Experiências/Intervenções, e sensibilizou os participantes do Congresso a assinar as moções de apoio e repúdio contra as práticas antissindicais e retaliação sofridas pelos servidores da Justiça mineira. Veja aqui a Moção de Apoio ao SINJUS-MG.



Pontos de vista

Durante o congresso, a médica do trabalho, doutora em Psicologia Social (PUC-SP), especialista em assédio moral e professora da PUC/SP, Margarida Barreto falou da necessidade de buscar as causas do assédio no trabalho. “Temos uma cultura gerencial que define como princípio menores gastos e menores custos, com metas irrealizáveis. A capacidade de transformar tudo e todos em mercadoria não deixou de fora os trabalhadores”. “É preciso submergir nas entranhas da relação entre capital e trabalho e encontrar suas contradições”, completou.

De acordo com Margarida, o resultado é que há uma pressão generalizada no mundo do trabalho, mais intensamente do que no passado, o que ocasiona sentimento existencial de perda do lugar, o que leva o trabalhador a estranhar a empresa e sentir-se só, sem ter em quem confiar.

A deputada estadual Ana Paula Lima relembrou o setembro amarelo, de combate ao suicídio, e levantou, como provocação, a possibilidade dos números de pessoas que atentam contra a própria vida estarem relacionados às pressões no trabalho. O doutor em Psicologia e especialista em assédio moral, Roberto Heloani, advogou a criação de um fórum de defesa contra a precarização do trabalho e o estabelecimento de novos modelos de relações laborais, com a participação dos trabalhadores na condução da empresa. Já a representante da Rede Iberoamericana pela Dignidade no Trabalho e nas Organizações, Florencia Peña Saint-Martin, falou da necessidade de equilibrar teoria e ação. “Nós devemos continuar estudando. Mas há pessoas que estão sofrendo, tendo seus direitos deixados de lado. Devemos pesquisar e agir”, disse.

Como denunciar

O servidor que estiver sendo vítima de assédio moral precisa formalizar a sua denúncia, preenchendo o formulário que está disponível no anexo da Resolução 748/13. Depois de preenchido, esse formulário deverá ser protocolizado no TJMG e encaminhado à Diretoria Executiva de Administração de Recursos Humanos (DEARHU). Em seguida, a denúncia será encaminhada à Comissão Paritária que fará, então, a apuração do caso e seus desdobramentos.

Para ser válida a reclamação, no formulário devem constar, obrigatoriamente: o nome e qualificação do ofendido; o nome do indicado como autor do fato e a descrição circunstanciada dos fatos.

O SINJUS-MG, em parceria com o Serjusmig, possui uma Comissão de Combate ao Assédio Moral, desde 2007. Saiba mais aqui.


Fonte: SINJUS-MG, com assediomoralesaudenotrabalho.blogspot.com.br

Fotos: Bruno Menezes

Publicado em: http://www.sinjus.com.br

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

III Congresso Iberoamericano sobre Assédio Laboral e Institucional: "Luta e Resistência contra o Assédio Moral no Brasil

   Por Taís Ferreira, jornalista e fotógrafa

A reflexão sobre as relações de trabalho e estratégias de intervenção e articulação entre trabalhadores para combater a violência no trabalho e promover a saúde foram alguns dos temas debatidos por especialistas em saúde e direito do trabalho de diferentes países da Ibero-América (Brasil, Espanha, México, Cuba, Venezuela, Costa Rica, Equador, Uruguai, Argentina e Chile) durante o III Congresso Ibero-americano sobre Assédio Laboral e Institucional e IV Seminário Catarinense de Prevenção ao Assédio Moral no Trabalho, de quinta-feira (08) até 11 de outubro, no Centro de Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis (SC).

Conferências, mesas de debates, minicursos, rodas de conversa, sessões de comunicação oral de trabalho, estudos e relatos de experiência foram realizados durante o Congresso e o Seminário para sensibilizar os presentes sobre as questões relacionadas à saúde do trabalhador, à prevenção e ao combate ao assédio moral.
Arthur Lobato, Doris Acevedo, Cristina Del Papa, Margarida
Barreto, Roberto Heloani. foto: Bruno Menezes


O psicólogo Arthur Lobato, participou nas Mesas de Debate, Relatos de Experiências e no Minicurso (foto) "Ações e Práticas no Combate ao Assédio Laboral",  junto com Doris Acevedo, Venezuela, Ana Lucia de Mattos Flores, SP/ Brasil, Cristina Del Papa, MG/ Brasil, Margarida Barreto, SP / Brasil e 
 Roberto Heloani SP/Brasil.



Em sua exposição Lobato falou sobre as Ações e Práticas no Combate ao Assédio Laboral nos sindicatos de trabalhadores da justiça de Minas Gerais, sua experiência no trabalho com o SERJUSMIG, SINJUS/MG e Sitraemg, discutindo amplamente o assédio no funcionalismo público e as estratégias de enfrentamento contra o Assédio Moral no Trabalho em prol da saúde do trabalhador.



fotografia: Taís Ferreira

Arthur Lobato participou também da Sessão de Relatos de Experiências/ Intervenções, e sensibilizou ainda, os participantes do III Congresso e IV Seminário a assinarem as moções de apoio e repúdio contra as práticas antissindicais e retaliação aos servidores da justiça do estado de Minas Gerais, e a um funcionário assediado na Casa da Moeda do Brasil.



 
fotografia: Taís Ferreira
fotografia: Taís Ferreira

Entre as atividades em que o psicólogo Arthur Lobato contribuiu, está a reunião do movimento sindical na qual também foram debatidas as ações necessárias para a prevenção ao assédio por parte dos sindicatos. Nas ações propostas está a necessidade de formação para poder atender e acolher os trabalhadores assediados e o compromisso de criação de uma Rede Nacional de Combate ao Assédio Moral, com a construção de ações unificadas para combate ao assédio no trabalho, denunciando aos órgãos internacionais as práticas antissindicais de criminalização e judicialização do movimento sindical. As entidades apresentaram uma Carta do Movimento Sindical.



Encontro Movimento Sindical - fotografia: Taís Ferreira

Encontro Movimento Sindical - Fotografia: Taís Ferreira

“Temos uma cultura gerencial que define como princípio menores gastos e menores custos, com metas irrealizáveis. A capacidade de transformar tudo e todos em mercadoria não deixou de fora os trabalhadores”, falou a Profa. Dra. Margarida Maria Silveira Barreto, especialista em Medicina do Trabalho, mestre em Psicologia Social e doutora em Psicologia Social na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo na abertura do evento. É preciso, submergir nas entranhas da relação entre capital e trabalho e encontrar suas contradições.

Fotografia: MPT/SC


Para Margarida, há uma pressão generalizada no mundo do trabalho, o que ocasiona sentimento existencial de perda do lugar, que leva o trabalhador a estranhar a empresa e sentir-se só, sem ter em quem confiar. O sistema de dominação estimula permanente a dependência, em que cada gestor repassa a pressão sofrida e entra em situação de obediência irrestrita, fomentada pelo sistema financeiro. Cria-se assim uma “liberdade coerciva em nome da maximização de resultados”.
Sandra Correa León (Equador), Susana Tolfo (SC/BR). Fotografia: Taís Ferreira 
Durante o evento foram apresentados diversos trabalhos acadêmicos nacionais e internacionais, bem como lançamentos e apresentação de livros sobre a temática. O livro "Assédio Moral Em Organizações Públicas e a (Re)Ação dos Sindicatos", que tem um artigo assinado pelo psicólogo Arthur Lobato, também foi lançado no evento.
Suzana Tolfo, organizadora do livro e Arthur Lobato, autor do artigo:
A (Re)Ação dos Sindicatos frente ao Assédio Moral na Administração Pública,
 escrito com Robert França (Sinjus/MG). Fotografia: Taís Ferreira

Para os pesquisadores e acadêmicos o assédio moral tem como pano de fundo o modo de produção econômico e está relacionado à cultura organizacional e ao modelo de gestão da instituição. Tanto o assediado quanto o assediador são vítimas do sistema voltado a produzir o máximo em menor tempo possível, com obtenção de lucros excessivos, com metas a serem cumpridas e não preocupados com a saúde do trabalhador, ou com a qualidade do ambiente de trabalho e das relações interpessoais. Os trabalhadores perdem a condição de humanos e passam a ser considerados máquinas, descartáveis que devem ser usados até o esgotamento, fomentando a competitividade entre os indivíduos e muitas vezes humilhando aqueles que cumprem e cobram seus próprios direitos e coletivos, garantidos por lei.


Fotografia: Taís Ferreira
O Congresso Iberoamericano sobre o Acoso Laboral e Institucional acontece a cada dois anos. Em 2011 foi realizada a primeira edição no Distrito Federal do México e, ao final do evento, construída a Rede Ibero-americana pela dignidade no trabalho e nas Organizações. O II Congresso foi realizado em Buenos Aires, na Argentina, em 2013, com o número de participantes maior devido à sensibilização da temática frente a sociedade. O III Congresso no Brasil, em 2015, teve Florianópolis como sede das discussões. O IV Congresso acontecerá na cidade de Quito, no Equador, em 2017.


Cobertura Fotográfica Completa e mais informações no Blog: http://congresoiberoamericanoacosolaboral.blogspot.com.br/


Encontro Regional dos Servidores do Judiciário Federal

Polo Governador Valadares


A Diretoria do SITRAEMG dá início, neste mês de outubro, a uma série de Encontros Regionais, oportunidades em que os servidores estreitam o contato com o Sindicato e têm acesso a palestras, debates e discussões de vários temas de interesse da categoria.


Esses Encontros Regionais serão levados às cidades-polo das diversas regiões do estado de Minas juntamente com a continuidade do Programa “Pé na Estrada” que tem como objetivo visitar os locais de trabalho a fim de levar e colher informações relevantes de interesse da categoria, divulgar os trabalhos que vem sendo realizados, promover a interação e motivação dos servidores para participarem das demais atividades político-social do Sindicato, dentre outras. Vale lembrar que tais atividades fazem parte dos compromissos assumidos pela atual gestão durante sua campanha, que visa aproximar, cada vez mais, servidores e Sindicato.

O primeiro encontro acontecerá no próximo dia 17/10/2015 (um sábado), na cidade de Governador Valadares, na Região Vale do Rio Doce, que compreende várias cidades, dentre elas Aimorés, Caratinga, Coronel Fabriciano, Guanhães, Ipatinga, Itanhomim, João Monlevade, Malacacheta, Manhuaçu, Mantena, Nanuque, Teófilo Otoni, Timóteo, dentre outras, para o qual, todos os servidores filiados dessas e outras cidades próximas estão convidados.

Data: 17 de outubro de 2015

Local: Auditório do IMES 

Rua Peçanha, 662, 10º andar (Galeria Wilson Vaz) – Governador Valadares

Horário: 13h

Programação
Sábado – 17 de outubro
11h – Credenciamento e abertura do Encontro Regional dos Servidores do Judiciário Federal – Polo Governador Valadares – local: Restaurante Balaio de Manga – R. Quatorze, 146 – Ilha dos Araújos – Governador Valadares.

fotografia: arquivo Sitraemg
13h – Palestra: “Direito e Movimento Sindical”: Greve do Serviço Público; Criminalização do Movimento; Organização dos Trabalhadores – Palestrante: Gustavo Machado – Pesquisador do Instituto Latino Americano de Estudos Socioeconômicos – ILAESE –; Mestrando em Filosofia pela UFMG.



15h – Coffee Break
fotografia: Taís Ferreira

15h15 – Palestra: “Saúde e Assédio no Trabalho” – Palestrante: Arthur Lobato – Psicólogo responsável pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral do SITRAEMG; Coordenador da Comissão de Combate ao Assédio Moral SINJUS-SERJUSMIG (2007- 2015) e coordenador do Plantão Sindical de Atendimento às Vítimas de Assédio Moral SINJUS-SERJUSMIG (2007-2015).
17h15 – Campanha de fortalecimento do SITRAEMG:
Campanha de sindicalização
Organização Regional (Resolução do IX Congresso ordinário)
Carteira de Convênios e serviços prestados à categoria
Explanação e Apresentação a ser feita pela Diretoria
19h – Confraternização – local a confirmar
23h30 – Encerramento