quarta-feira, 30 de julho de 2008

Assédio Moral e Qualidade de Vida

* Arthur Lobato

Nunca devemos esquecer que em todo assédio moral há um problema com relação à não aceitação do outro. Há a intencionalidade de prejudicar. As agressões são sistematizadas, as humilhações são constantes. O assédio é realizado pelo assediador de forma dúbia, maliciosa, sempre negando a verdade. A vítima é ridicularizada por aspectos subjetivos de sua personalidade criando dúvidas, as quais atuam no psicológico e no emocional, afetando sua integridade e dignidade. Existe um objetivo - transformar a vítima em alguém que se sinta incapaz, desmotivado -, o que justifica o afastamento do trabalho, a mudança do setor e até mesmo a aposentadoria antecipada.

O assédio moral é um processo realizado ao longo do tempo, e não termina quando o servidor sai do trabalho. Aquele mal estar, as dúvidas criam pensamentos obsessivos, e, mesmo em casa, a vítima de assédio moral não consegue esquecer as humilhações, as perseguições e a violência moral, que não deixa marcas visíveis, mas, causam dor, choro, depressão, ansiedade, revolta, sinais de que algo está errado.

Sonhar com situações que envolvem o cotidiano do trabalho também é indício do estresse. O sono em vez de ser um repouso é mais um fator de fadiga. A qualidade de vida dessa pessoa vai caindo a cada dia. É preciso muita compreensão dos familiares e apoio dos amigos, pois a vítima tem uma tendência a se isolar, envergonha-se do que esta acontecendo, sente-se culpada sem saber porquê, e não divide seus pensamentos e sentimentos, o que agrava o mal estar. Por tudo isso, é importante a denúncia, e a solidariedade dos trabalhadores para impedir que este mal se alastre.

Arthur Lobato é psicólogo e pesquisador do assédio moral no trabalho e membro da Comissão de Combate ao Assédio SINJUS/Serjusmig

Publicado no jornal Expressão Sinjus nº 166 - 7 de agosto / 2008

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Sitraemg - 2º Sábado Jurídico em Juiz de Fora

O SITRAEMG promoveu, no dia 19 de julho, em Juiz de Fora, o “2º Sábado Jurídico e Festa Junina”.

Programação
  • 08h – Abertura: Coro Municipal de Juiz de Fora.
  • 9h – Palestra e debate: “Assédio moral no trabalho”

José Carlos, juiz aposentado, Arthur Lobato, jornalista e psicólogo, membro-coordenador da Comissão de Assédio Moral do SITRAEMG, e convidados das Justiças Eleitoral, Militar, do Trabalho e Federal)

  • 13h – Almoço (churrasco)
  • 14h – Enfoque sobre matérias dos servidores/Continuação do debate.
  • 18h – Encerramento, com Festa Junina, brincadeiras e comidas típicas, até às 22 horas.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Palestra e Lançamento Cartilha "Combate ao Assédio Moral na Administração Pública"

Debate e lançamento de Cartilha de Combate ao Assédio Moral na Administração Pública contam com a presença de um dos maiores especialistas no assunto, Roberto Heloani.Participaram também o presidente do SINJUS-MG, Robert França, o assessor jurídico da entidade Leonardo Militão, o presidente do Serjusmig, Rui Viana, a presidente do Sitraemg, Sônia Peres e o psicólogo Arthur Lobato, coordenador da Comissão e do "Plantão de Combate ao Assédio" nos três sindicatos, e idealizador da cartilha de COMBATE AO ASSÉDIO MORAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Sindicatos promovem debate e lançam cartilha sobre o Assédio Moral

Na noite de 26 de junho, a categoria ouviu o professor doutor José Roberto Heloani, um dos maiores especialistas do País no assunto. Durante o evento, SINJUS-MG e Serjusmig oficializaram o lançamento da cartilha “Combate ao Assédio Moral na Administração Pública”.

http://www.sinjus.org.br/sinjus/imgs/jornal165.pdf

Comissão de combate ao assédio moral reúne-se com Desembargador Ximenes

Nesta quinta feira, 10/7/2008, às 16h, a Comissão de Combate ao Assédio Moral no Trabalho SINJUS-MG/Serjusmig se reuniu com o superintendente da Escola Judicial (Ejef), Desembargador Reinaldo Ximenes. Além de apresentar a recém-lançada cartilha de combate ao assédio moral, e falar sobre o trabalho que vêm desenvolvendo, os membros da comissão pediram ao desembargador um apoio institucional mais ostensivo com relação ao tema.

O número de denúncias de pessoas vítimas do assédio moral tem aumentado, sobretudo no serviço público. O caso da escrivã em Ponte Nova (MG) –que foi afastada do cargo após denúncias de ter assediado pelo menos quatro servidores- não é um caso isolado. Prova disso é o número de e-mails e contatos até mesmo telefônicos que a comissão formada por membros do SINJUS-MG/Serjusmig tem recebido.

A discussão em torno do tema é bastante pertinente à realidade que os fatos têm trazido à tona, e a Comissão espera realmente o apoio da Ejef a fim de evitarmos a proliferação da prática do assédio no ambiente do Judiciário mineiro. É certo que quando há um posicionamento claro por parte da instituição contra os abusos, os riscos de novos casos diminuem. Na reunião de ontem, o Desembargador Ximenes se solidarizou à movimentação da Comissão e disse reconhecer a importância de um trabalho em parceria da Instituição com os Sindicatos.

Publicado em 11-07-2008 no site http://www.sinjus.org.br/sinjus/modulos.php?nome=noticias&arquivo=visu_not&id_not=9401

segunda-feira, 7 de julho de 2008

A ação do psicólogo no "Plantão de Combate ao Assédio Moral"

* Arthur Lobato
O discurso livre, a fala e a escuta fazem parte do processo primário no atendimento a vítima de assédio moral. Acredita-se na veracidade do discurso e do sujeito que o enuncia. Mas, entre a transmissão e a recepção, existem falhas, hiatos, entendimentos equivocados. Tentando entender o significado das palavras, preenche-se lacunas do discurso; clareando-se os pontos cegos; tentando apreender o não dito, o oculto que é negado pelo discurso racional, mas, se manifesta via inconsciente nos atos falhos, na mudança brusca de humor, na negação de explicar situações confusas. Afinal, em todo ato de falar sempre escapa algo a ser dito, e é falado mais do que se queria dizer.

É justamente no ato falho, no não dito, no que escapa na fala ao controle racional, que pode se encontrar a negação do discurso - verdadeiro para quem fala, mas não representa a totalidade dos fatos acontecidos. Por isso, na escuta psicológica temos que entender como o ”outro” se posiciona, no discurso do sujeito.

A anamnese da saúde do trabalhador ajuda a pontuar o discurso. A conversa clínica privilegiada cria um vínculo entre o psicólogo e a vítima de assédio moral, pressuposto básico do possível sucesso do processo terapêutico.

Mais que denunciar, a vítima de assédio moral precisa ser escutada, necessita liberar afetos através de reações: choro, gritos, revolta. O vivenciado no passado volta com a mesma dor, a mesma raiva, a mesma tristeza, pois o afeto não simbolizado permanece vinculado à mente e ao organismo da pessoa que viveu o doloroso processo de assédio moral.

A procura de ajuda no sindicato através do Plantão de Combate ao Assédio Moral é um movimento desesperado de alguém que quer mais do que tudo o resgate de sua dignidade, de justiça, de ação, de não ouvir mais uma vez “você esta louca (o)". Por isso, a ética do profissional e o sigilo das informações repassadas são a pedra angular para que o atendimento às vítimas seja uma referência no combate ao assédio moral em prol da saúde do trabalhador.

*Arthur Lobato é psicólogo e trabalha no “Plantão de Combate ao Assédio Moral” no Sinjus, Serjusmig, Sitraemg.

Muito Além da Comissão de Ética

33° Congresso Nacional dos Jornalistas Brasileiros
São Paulo – agosto 2008

Proposta de Tese
* Arthur Lobato

Geralmente as denúncias de assédio moral entre jornalistas são encaminhadas às comissões de ética dos sindicatos e recursos contrários às decisões regionais podem ser feitos à comissão nacional de ética. “Agir é decerto não só ajudar às vítimas a se tratar e reparar o mal que lhe fizeram, mas, tomar medidas concretas para fazer cessar tais comportamentos e, sobretudo modificar os contextos que os propiciaram”,(...) “pois compete ao sindicato interpelar a direção e obrigá-la a mudar os métodos”, afirma Marie-France Hirigoyen, uma das maiores estudiosas do assédio moral no mundo.

O congresso extraordinário para atualização do código de ética realizado na cidade de Vitória – ES em 2007, apresentou um avanço no combate ao assédio moral. No atual código de ética, o capítulo II - Da conduta profissional do jornalista, artigo 3°, está claro que o exercício profissional do jornalista deve estar subordinado ao código de ética. No artigo 6°, desse mesmo capítulo, o parágrafo - XIII orienta: É dever do jornalista, denunciar as práticas de assédio moral no trabalho às autoridades, e, quando for o caso, à comissão de ética competente. No capitulo III, da responsabilidade profissional do jornalista, o artigo 12°, que trata dos deveres do jornalista, enfatiza no parágrafo IX, que o jornalista deve “manter relações de respeito e solidariedade no ambiente de trabalho”. Já no capítulo IV, que trata das relações profissionais, o artigo 14, parágrafo II, também orienta: o jornalista não deve ameaçar, intimidar ou praticar assédio moral e/ou sexual contra outro profissional em ambiente de trabalho, devendo denunciar tais práticas à comissão de ética competente. No capitulo V, que trata da aplicação do código de ética e disposições finais, o artigo 16, parágrafo VI, recomenda à diretoria da Fenaj o encaminhamento dos casos em que a violação ao código de ética também possa figurar crime, contravenção ou dano à categoria ou à coletividade. Finalmente, o artigo 17 trata das punições - “os jornalistas que descumprirem o presente código de ética estão sujeitos às penalidades de observação, advertência, suspensão e exclusão do quadro social do sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação”. No parágrafo único afirma que os não filiados aos sindicatos de jornalistas estão sujeitos às penalidades de observação, advertência, impedimento temporário e impedimento definitivo de ingresso no quadro social do sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação.

Sabemos que estão comprovadas por estudos teóricos e clínicos, as conseqüências danosas do assédio moral à saúde do trabalhador. Danos emocionais e psíquicos, muitas vezes irreversíveis, causados pela prática do assédio moral, chamado por especialistas no assunto como Margarida Barreto e Roberto Heloani , de violência moral, jornada de humilhações, o assédio moral é sim um inimigo invisível no local de trabalho, conforme constatou Marie France Hyrigoen.

Para se combater este mal é necessário uma grande campanha de esclarecimento do que é o assédio moral, como ele é feito e seus impactos sobre a saúde do jornalista. Importantíssimas são as denúncias dos casos, além da prevenção, conscientização do mal que o assédio moral causa, e ir muito além das denúncias às comissões de ética. É necessário, que as denúncias de assédio moral sejam feitas à diretoria do sindicato, para o ajuizamento de ações na DRT e o MPT. Os casos de assédio moral devem ser divulgados, os assediadores devem ser denunciados, punidos, para que este mal não contamine as redações, adoecendo o jornalista e deteriorando o ambiente de trabalho. A saúde do jornalista, e, o combate ao assédio moral no trabalho, deve ser uma luta política de todos os sindicatos e principalmente da FENAJ, pois a saúde é um direito de todos nós.

Muitos casos de assédio moral ocorrem pela própria estrutura da organização de trabalho, onde impera o autoritarismo e o despotismo das chefias. Mas humilhar constantemente, gritar, praticar ataques repetidos, com sistematização e intencionalidade de prejudicar é assedio moral, está além do stress que envolve a atividade jornalística. Existe uma diferença entre hierarquia - a autoridade imanente ao cargo e o autoritarismo de chefias, pois, em todo autoritarismo há abuso de poder. Junte-se a isso o individualismo e falta de solidariedade dos jornalistas que não percebem que somente no coletivo podemos ser mais fortes na luta contra o assédio moral.

A alienação política faz com que denúncias contra o assédio moral não sejam encaminhadas aos sindicatos e a falta de participação da grande parte da categoria na cobrança das diretorias dos sindicatos de jornalistas por uma ação mais efetiva no combate ao assédio moral são facilitadores para a existência cada vez maior do assédio moral no ambiente de trabalho. A luta começa pela denúncia, que é uma manifestação de reação contra esta violência. É a partir da denúncia que o sindicato e a Fenaj poderão tomar medidas que vão além da comissão de ética, como, por exemplo, o ajuizamento de ações na DRT e MPT.

Mais do que denunciar é importante também, um amplo trabalho de prevenção e combate ao assédio moral no ambiente de trabalho. Luta que é de todos nós jornalistas, que devemos nos conscientizar de que a violência moral, as constantes humilhações, a vergonha e o medo são o combustível do assédio moral, e se não lutarmos seremos massacrados, destruídos psiquicamente e emocionalmente, e, aos poucos seremos transformados de “sujeito em objeto”, de seres produtivos em improdutivos, doentes e demitidos.

Por isso, propomos aos jornalistas e sindicatos:

  • Promover campanhas de esclarecimento, palestras e debates sobre o tema assédio moral;
  • Elaborar uma pesquisa sobre assédio moral no ambiente de trabalho dos jornalistas;
  • Denunciar os casos de assédio moral às comissões de ética e também à diretoria dos sindicatos e da Fenaj para ações junto à DRT e MPT, divulgando onde aconteceu o assédio moral, como ele aconteceu, quem foi o agressor e as conseqüências sobre a saúde do jornalista;
  • Mover ações na justiça cível (Dano Moral) contra aqueles que praticam o assédio moral;
  • Responsabilizar as empresas que permitem e até mesmo apóiam a prática do assédio moral no ambiente de trabalho;
  • Que a saúde do jornalista e o combate ao assédio moral no trabalho sejam uma das diretrizes políticas dos sindicatos dos jornalistas de todo Brasil e da Fenaj;
  • Lutar contra o adoecimento do jornalista no ambiente de trabalho.

    Contribuição de Arthur Lobato
    lobatosaude@yahoo.com.br

    * Arthur Lobato é psicólogo, jornalista e integra comissões contra o assédio moral em sindicatos de trabalhadores

Lançamento cartilha sobre assédio moral é sucesso


foto:Ariane Dias/comunicação Serjusmig

Na quinta-feira (26/6), o SERJUSMIG e o Sinjus, com o apoio do Sitraemg, promoveram o lançamento da Cartilha “Combate ao assédio moral na administração pública”, um projeto da Comissão de Combate ao Assédio Moral da qual o SERJUSMIG é integrante.


Servidores públicos de diversos segmentos lotaram o auditório e acompanharam a palestra do especialista Professor Roberto Heloani, que abordou o tema destacando, principalmente, as especificidades nos órgãos públicos.


De acordo com Heloani, a perversidade do assédio na administração pública é ainda maior do que em empresa do setor privado. Pois, segundo ele, “como o servidor possui certa estabilidade, não podendo ser mandado embora, o assédio se perdura por longos períodos, em média de 5 a 6 anos, até que o servidor perca completamente a estrutura psíquica/emocional”.


Ainda sobre o serviço público, em especial no judiciário, Roberto ponderou que a forma com que é organizado o ambiente de trabalho é que possibilita e “incentiva” o assédio. Assim, para se acabar, ou ao menos diminuir, o assédio é preciso rever a estrutura arcaica, quase monárquica, do órgão e, também, as relações de poder. “Não se pode confundir autoridade com autoritarismo”, destacou Heloani.


Heloani falou também sobre a relação da informatização e o serviço público, enfatizando que é preciso o trabalhador participar de todo o processo, pois do contrário será mais uma pressão, mais um ambiente para humilhações e exclusões.


Sobre a incidência do assédio, o professor explicou que, infelizmente, ainda há uma cultura preconceituosa na sociedade, com reflexo direto no trabalho, onde os grupos minoritários ainda são os mais assediados. Ao final da palestra abriu-se espaço para o debate, onde os participantes fizeram várias ponderações e levantaram dúvidas sobre o tema.


No encerramento, foi oferecido um coquetel, brindando com sucesso o lançamento de mais um projeto do SERJUSMIG/Sinjus, com a parceria do Sitraemg.


O SERJUSMIG irá disponibilizar, em breve, a cartilha no site – link assédio moral.


Associado, caso deseje adquirir uma cartilha, entre em contato com o SERJUSMIG através do e-mail: dir.patrimonio@serjusmig.org.br ou do telefone (31) 3025-3518


Matéria publicada no site do SERJUSMIG http://www.serjusmig.org.br/noti_pad.php?id=944&baab=DEST

Assédio Moral em Debate no SITRAEMG

fotografias: Taís Ferreira
Arthur Lobato (psicólogo), Roberto Heloani (professor) Sônia Peres (SITRAEMG), Robert França (SINJUS)
Auditório SITRAEMG


Auditório SITRAEMG
Roberto Heloani (professor) Sônia Peres (SITRAEMG), Robert França (SINJUS-MG)
Sônia Peres (SITRAEMG), Rui Viana (SERJUSMIG), Robert França (SINJUS-MG), Roberto Heloani (professor), Arthur Lobato (psicólogo), Leonardo Militão (advogado), Adriana Martini (advogada)


O primeiro passo a ser seguido no enfrentamento ao assédio moral é discutir o problema de forma aberta, o segundo é fortalecer essa discussão no âmbito das entidades representativas dos trabalhadores e o terceiro é buscar as soluções para os casos de assédio de forma coletiva, jamais individualmente.

As sugestões foram apresentadas por um dos maiores especialistas no assunto, o psicólogo e bacharel em Direito José Roberto Heloani, professor da Universidade de Campinas e da Fundação Getúlio Vargas, em palestra proferida na última quinta-feira, 26, no auditório do SITRAEMG. Em discussão, um tema dos mais instigantes: o “Combate ao assédio moral na administração pública”.

Segundo Heloani, o assédio moral no trabalho era mais freqüente na iniciativa privada. Porém, vem crescendo acentuadamente também no serviço público, seguindo o primeiro modelo, marcado pela competitividade desenfreada. E ao contrário do que muitos pensam, alertou o palestrante, o assédio no serviço público é mais brutal do que na iniciativa privada, pois, no segundo caso, a perseguição ao trabalhador poderá se dar através da demissão. No serviço público, o assediador vai minando aos poucos o assediado, até deixá-lo em “frangalhos”. Humilhada, deprimida, a vítima busca uma válvula de escape no alcoolismo, no uso de drogas e, em situação de extremo desespero, no suicídio.

Cartilha 

O auditório do SITRAEMG ficou completamente lotado por servidores dos Judiciários Federal e Estadual, que compareceram para acompanhar o evento promovido, em parceria, pelo SITRAEMG, Sinjus-MG e Serjusmig. Além de seus respectivos diretores, esteve presente o psicólogo e jornalista Arthur Lobato, que é membro das Comissões de Assédio Moral das três entidades.

A presidente Sônia Peres lembrou que foi a segunda vez, nesta gestão, que o tema assédio moral foi discutido no Sindicato. A primeira foi durante o Segundo Encontro Eleitoral Estadual, realizado no ano passado. Destacou, ainda, o trabalho da Comissão de Assédio Moral constituída pelo Sindicato, e abordagem do assunto em edição especial do programa “Conexão Solidária”, que é produzido pelo SITRAEMG e exibido pela TV Comunitária (a cabo). Durante o evento, foram distribuídos exemplares de cartilha sobre assédio moral publicada pelo Sindjus-MG e Serjusmig.

Diferença 

O assédio moral no trabalho, afirmou o professor José Roberto Heloani, pode ter origens diversas. A inveja e o preconceito são apenas alguns exemplos. As mulheres na faixa de 35 anos, descasadas e com filhos, são um dos alvos preferidos dos assediadores, pois, nessas condições, não podem sequer pensar em perder o emprego. Mas, por outro lado, as mulheres de modo geral, pelo menos, procuram minimizar o sofrimento dividindo o problema com pessoas de sua confiança. O homem, normalmente propenso a se sentir atingido em sua virilidade, busca ajuda somente quando já se encontra em frangalhos.

Ele apontou duas diferenças básicas entre o assédio moral e o assédio sexual. Primeiro, no caso do assédio sexual, o assediador ou assediadora deseja o assediado; no assédio moral, quer destruir a vítima. Também em termos legais, no Brasil, a punição para os casos de assédio sexual está prevista em lei, através do Código Penal; para os casos de assédio moral, somente em algumas em leis municipais em pouquíssimas cidades pelo país. Informou, porém, que tramitam já algum tempo no Congresso Nacional, mas ainda em fase de discussão, cerca de 14 projetos de lei prevendo essa punição em âmbito nacional.

Assédio ascendente

O assédio, em sua ampla maioria, ocorre de forma descendente, vertical, das chefias sobre os subordinados. Mas ele se verifica, também, de forma horizontal, entre os próprios colegas do mesmo nível funcional. Mas, o que mais chamou a atenção dos participantes da palestra da última quinta feira foi a informação do professor José Roberto Heloani sobre a existência do assédio ascendente. Nesse caso, o subordinado, temendo que o novo chefe se torne autoritário, perseguidor, começa a miná-lo no ambiente de trabalho, até ridicularizá-lo e derrubá-lo do posto conquistado. Esse tipo de assédio ocorre ainda em situações muito raras, mas reflete a angústia e o grau de tensão vivido nos locais de trabalho.

Para o professor, a ação dos pretensos assediadores pode ser eliminada ou rechaçada se os trabalhadores procurarem se organizar e se fortalecerem no próprio ambiente de trabalho. E o jornalista e psicólogo Arthur Lobato, reforçando essa sugestão, conclamou os trabalhadores da iniciativa pública e privada a se unirem aos seus sindicatos para, juntos, mudarem a estrutura arcaica nas relações de trabalho que ainda persistem no país.

Essa notícia já foi acessada 130 vezes.

Publicado no site do SITRAEMG em 27-06-2008




Assédio Moral - SITRAEMG

VOCÊ SABIA QUE O SITRAEMG TEM UMA COMISSÃO DE ASSÉDIO MORAL?
Com o objetivo de trabalhar contra o Assédio Moral, prática cada vez mais comum no setor público, e de orientar os trabalhadores sobre como se defender deste mal, o SITRAEMG criou uma Comissão contra o Assédio Moral e contratou um especialista.
Composição
A comissão é composta por três membros da diretoria do SITRAEMG: a vice-presidente, Áurea Parreira, (TRT), o diretor Carlos Humberto Rodrigues (Justiça Federal) e a diretora Adriana Correa (TRE). A Comissão conta também com um advogado do SITRAEMG e o psicólogo Arthur Lobato.
Atendimento
A Comissão de Combate ao Assédio Moral do SITRAEMG atende a todas as vítimas que procuram o Sindicato para denunciar a prática no TRE, TRT, Justiça Federal e Justiça Militar.
O atendimento é feito pelo viés da multiplicidade dos saberes (psicologia, direito, sindical). O encaminhamento dado à questão pode ser uma ação individual via departamento jurídico, uma ação do sindicato na defesa dos interesses coletivos da categoria ou encaminhamento para atendimento clínico da vítima via manual de convênios.
VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO, NÃO SEJA MAIS UMA VÍTIMA. DENUNCIE!!!
COMO DENUNCIAR
SE VOCÊ JÁ FOI VÍTIMA DE ASSÉDIO MORAL, FAÇA SUA DENÚNCIA PESSOALMENTE NO SITRAEMG (R. Euclides da Cunha, 14, bairro Prado - BH/MG) OU ENVIE UM E-MAIL PARA assedio@sitraemg.org.br
INFORME-SE
• O que é assédio moral?
• Fases da humilhação
• Estratégias do agressor
• Os espaços da humilhação
• Danos da humilhação à saúde
• Sintomas do assédio moral na saúde
• É possível estabelecer o nexo causal?
• O que você deve fazer?
CLIQUE AQUI E ASSISTA O CONEXÃO SOLIDÁRIA, PROGRAMA DE TV DO SITRAEMG, SOBRE ASSÉDIO MORAL
CARTILHAS
CLIQUE AQUI PARA BAIXAR, GRATUITAMENTE, UMA CARTILHA EXPLICATIVA SOBRE ASSÉDIO MORAL.
BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS - CLIQUE PARA VER A LISTA

Essa notícia já foi acessada 675 vezes.

Matéria publicada no site do SITRAEMG
http://portal.sitraemg.org.br/noticia.do?method=getNoticia&id=495