quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Jornada de trabalho de seis horas


O servidor, em seu trabalho diário, sofre intenso desgaste mental e emocional. Sua função exige: ouvir, se comunicar com várias pessoas ao mesmo tempo, ler, entender, interpretar, raciocinar e redigir textos com rapidez e sem erros. Deve estar muito atento à leitura, pois redigir e analisar um processo toma tempo e demanda energia mental. Ao final de uma jornada de 6 horas a mente tem diminuída sua capacidade de assimilar informações, e pequenos erros ou descuidos por causa da fadiga mental podem ter conseqüências desastrosas para o cidadão e a sociedade. Os especialistas em saúde do trabalhador detectaram que após horas trabalhando em frente à tela de computador, o usuário não consegue processar as informações, é o chamado “espelhamento”. É como ler um livro pensando em outras coisas, lê-se varias páginas e não se lembra de nada.

Além do desgaste mental, há o desconforto físico, de ficar horas em cadeiras e mesas fora das condições ergonômicas ideais para o trabalho. Mas o servidor do TJMG também sofre intenso desgaste emocional. Os processos que chegam ao TJMG estão repletos de sentimentos de revolta, vingança, ódio, mágoa ‒ histórias de muita dor, como nos homicídios, crimes passionais movidos por ódio ou vingança, a violência sexual contra crianças, e tantas histórias que revelam o lado obscuro e perverso do ser humano. Diversos servidores relatam que ao redigir um processo, se emocionam ou se revoltam com os fatos acontecidos. Muitos oficiais de justiça vivenciam histórias da injustiça no cumprimento de mandatos como: Retirar uma máquina de lavar roupas de uma pobre lavadeira que atrasou prestações, se a máquina é a sua fonte de renda e objeto de trabalho. Retirar uma família de uma casa deixando-os ao relento, na chuva, cumprindo ação de reintegração de posse.

Nas secretarias, cartórios, fóruns, as mesas estão abarrotadas de processos. Ao terminar uma pilha, já tem outra esperando. Trabalho interminável como no mito de Sísifo, que é condenado a subir uma pedra até ao alto de uma montanha, mas ao chegar ao topo a pedra rola para baixo e ele tem de repetir seu trabalho, por toda eternidade.

No outro lado do balcão, diversos olhares persecutórios, encarando quem faz o serviço interno, como se este servidor tivesse que parar seu trabalho, para ajudar no atendimento do balcão. Ao fazê-lo, interrompe o fluxo de pensamentos e ao voltar à mesa tem que começar a leitura de novo, pois o raciocínio se foi. Como uma bolha de sabão que explode, o pensamento se esvai, desaparece.

O servidor também tem de manusear processos antigos, pesados, no alto de prateleiras, com fungos e bactérias. “Ufa! Que sufoco”. E ainda dizem que servidor trabalha pouco. Com a Meta 2, a solução apresentada pelo CNJ é aumentar a jornada de trabalho de 6 para oito horas, para “aumentar a produtividade” e cumprir as metas. Reparem na forma perversa que esta meta é apresentada nos comerciais de televisão, subliminarmente culpando o servidor pela morosidade da justiça. Processo judicial, não é objeto produzido de forma industrial, cada processo deve ter sua análise feita de forma criteriosa, deve estar bem redigido, e isto toma tempo.

Manter a jornada de 6 horas, mais que uma questão de direitos adquiridos, é uma necessidade absoluta para manter a saúde do trabalhador e a qualidade do serviço público. No mínimo, esta escolha da jornada de seis para oito horas, TEM DE SER OPCIONAL, e que haja uma boa compensação financeira. Entretanto muitos trabalhadores escolheram o serviço público como profissão por causa da jornada, que permite ter mais tempo para o lazer, família, estudos ou outras atividades.

Enquanto as centrais sindicais lutam pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas diárias, para aumentar a empregabilidade e proporcionar mais lazer ao trabalhador que cumpre 8 horas diárias e 4 horas aos sábados, o serviço público, na contramão da história quer impor o aumento da jornada, tirando dos servidores direitos adquiridos ao longo do tempo. Aos sindicatos cabe a defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores e garantia da saúde física, mental e emocional do servidor no ambiente de trabalho.


Arthur lobato
Psicólogo

terça-feira, 20 de outubro de 2009

ALMG: Projeto de Lei sobre o Assédio Moral já em tramitação


O governador enviou ao Legislativo o texto do projeto de lei complementar (PLC) que visa ao "combate ao assédio moral no âmbito da administração pública de Minas Gerais". Esse PLC já foi oficialmente publicado sob o número 54/2009.

O SERJUSMIG, através do Comitê de Combate ao Assédio Moral, integrado pelos sindicatos SERJUSMIG/Sinjus, o psicólogo Arthur Lobato e advogados das duas entidades, trabalhou intensamente junto às autoridades públicas do Estado, no sentindo de buscar instituir medidas preventivas de combate ao Assédio, bem como a elaboração do projeto de lei tratando da matéria.

A proposta encaminhada pelo governo Aécio (a fim de evitar "vício de iniciativa") nasceu de ações da "Coordenação Intersindical dos Servidores Públicos de Minas. Esta, a partir de uma proposta organizada pela "Comissão de Combate ao Assédio Moral no Trabalho SINJUS-MG/Serjumig" preparou um pré-projeto que foi apresentado ao vice-governador, Antônio Augusto Anastasia.


Antes, representantes do SINJUS-MG e do Serjusmig já vinham fazendo articulações com entidades e deputados estaduais. Finalmente, em meados deste ano, o trabalho rendeu frutos: a concordância do governo em analisar as proposições/estudos das entidades e apresentar o projeto que, agora, inicia sua tramitação na ALMG. Portanto, colegas, já somam três proposições de nosso interesse na Casa Legislativa de Minas (PLs do ADE, da Insalubridade e PLC contra o Assédio). Então, fiquemos atentos! Assim que o SINJUS-MG convocar, todos à ALMG!

Lydia Guevara profere palestra no TJ

Na manhã do dia 3 de setembro, no auditório do TJMG, a professora e jurista cubana, Lydia Guevara, proferiu uma palestra para servidores e magistrados sobre Direitos Humanos e Dignidade no Trabalho, na Perspectiva do Serviço Público. Os sindicatos, SERJUSMIG e Sinjus, que já vêm desempenhando um trabalho de combate ao assédio moral desde 2007, apoiaram o evento e ressaltaram a importância da prevenção e combate à exposição de servidores a situações humilhantes e constrangedoras.

O 2° vice-presidente do SERJUSMIG, Rui Viana, o coordenador geral do Sinjus, Robert França, o psicólogo e jornalista, Arthur Lobato e o desembargador e 2° vice-presidente o TJMG, Reynaldo Ximenes compuseram a mesa de debates. A palestra foi transmitida, através de vídeo conferência, para as comarcas de Governador Valadares,
Montes Claros e Passos.

Lydia é esperada no 11º Encontro de Delegados do SERJUSMIG, que acontecerá nos dias 05, 06 e 07 de novembro, para abordar o assunto com os servidores sob a ótica dos direitos humanos e da dignidade no trabalho.

Atualmente, além de cartilhas e palestras sobre o combate ao assédio moral, os sindicatos SERJUSMIG e Sinjus mantêm uma equipe composta por um psicólogo, um advogado e um representante sindical de cada entidade, que avalia os casos de assédio moral e orienta os servidores quanto a providências preventivas e, ainda, aquelas que devem ser tomadas após ser detectado o assédio.Além disso, foi esta Comissão que fomentou a discussão e mobilização em favor da aprovação de projeto de lei na Assembléia Legislativa tratando sobre o tema.

Publicado no Serjusmig Notícias 134 - Outubro 2009

Projeto de Lei sobre o Assédio Moral


A prática do Assédio Moral no âmbito da administração pública no Estado de Minas Gerais agora terá punição prevista em Lei. Isso por que, o Governador encaminhou mensagem à ALMG, no final de setembro, dispondo sobre a matéria.

O PL nº54/09 trata, dentre outras coisas, sobre as características do Assédio, os agentes sujeitos à punição, as penalidades em caso de comprovação do Assédio e as medidas preventivas de iniciativa da Administração dos Poderes do Estado com a participação de representantes das entidades sindicais. (Acompanhe a tramitação do PL no site www.serjusmig.org.br)

O projeto, que representa uma importante conquista dos servidores públicos mineiros, é fruto de um intenso trabalho das entidades representativas dos servidores, incluindo o SERJUSMIG.

Atuação da Comissão de Combate ao Assédio Moral

Há vários meses, o SERJUSMIG, através do Comitê de Combate ao Assédio Moral, integrado pelos sindicatos SERJUSMIG/Sinjus, o psicólogo Arthur Lobato e advogados das duas entidades, vem trabalhando intensamente junto às autoridades públicas do Estado, no sentindo de buscar instituir medidas preventivas de combate ao Assédio, bem como a elaboração de projeto de lei tratando da matéria.

Primeiramente, a Comissão iniciou um trabalho junto ao TJMG, defendendo a abordagem do tema dentro da Instituição,durante palestras e treinamentos, de forma a prevenir e combater o Assédio Moral. Para tal, reuniu-se por várias vezes com técnicos da Ejef e equipes da área de saúde do Tribunal.

Assim, a Comissão após um longo trabalho de convencimento, conseguiu que o Tribunal discutisse o assunto junto aos seus servidores, magistrados e desembargadores. Uma demonstração recente de avanço foi a apresentação da professora Lydia Guevara em um evento promovido pela Ejef, onde esta abordou o Assédio Moral no serviço público.

Paralelamente, a Comissão veio atuando na esfera legislativa e executiva, através da união a outras entidades representativas dos servidores públicos de Minas (Intersindical) na elaboração de uma minuta de projeto de lei a ser apresentada ao Executivo para envio à ALMG.

Este esforço foi coroado com êxito, por meio da distribuição do PL nº54/09, na ALMG, em setembro deste ano. Agora é imprescindível que os servidores acompanhem a tramitação do projeto e encaminhe e-mails aos parlamentares pedindo a aprovação do PL da forma como elaborado pelas entidades sindicais.

Publicado no Serjusmig Notícias 134 - Outubro 2009

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Autoestima

* Arthur Lobato

O psicanalista francês Jacques Lacan afirmava que, na mente humana, circulam três registros psíquicos: o real, o simbólico e o imaginário. No aspecto imaginário, temos a construção de nossa autoimagem, sempre referendada pelo outro. Assim, pensamos sobre o que somos e o que os outros pensam de nós.

Mas só nos conflitos temos acesso ao que os outros realmente pensam de nós - quando o desabafo revela o que estava oculto nas brincadeiras, sempre com uma verdade transmitida de forma ambivalente, com duplo sentido, nos atos-falhos e lapsos de linguagem (que são manifestações do inconsciente no discurso racional), revelando algo que estava oculto.

A autoestima e o outro

Ter autoestima quer dizer gostar de si próprio. Mas,para isso, precisamos dos sinais positivos do outro, para que nossa autoestima fique em alta. Sabemos o quanto um elogio, ou reconhecimento de nosso valor, faz bem; e como é difícil aceitar a crítica, o erro. Assim, nossa autoestima varia “economicamente”, podendo estar em alta ou em baixa, como ações na Bolsa de Valores.

A autoestima tem, na família e no meio social, fatores preponderantes que vão marcar o sujeito pelo resto da vida. A genética também é importante, mas insistimos no “outro” como formador e “combustível” de nossa autoestima.

Hoje em dia, o trabalho ocupa a maior parte do nosso tempo e é onde nos relacionamos com os outros. A autoestima é um valor subjetivo, mas está provado que pessoas que suportam melhor os desafios, e sabem lidar de forma positiva com conflitos e problemas, têm mais autoestima.

Por outro lado, quem está com a autoestima em baixa tem tendência a não suportar conflitos, mesmo sendo muito competente e eficaz. Racionalmente, são indivíduos capacitados; mas, emocionalmente, são vulneráveis. Assim, muitas vezes, brincadeiras de mau gosto, zombarias, piadas sobre o corpo, o gênero e a idade têm consequencias danosas sobre pessoas com baixa autoestima.

A autoestima e assédio moral

Nos casos de assédio moral, é muito comum que uma diferença não aceita pelo outro seja motivo para se excluir a vítima do ambiente do trabalho. O ataque é feito com consequências danosas para autoestima.Aquele que sofre pode começar a desenvolver construções imaginárias que chegam a evoluir para sintomas paranóicos.

Por isso, é importante a solidariedade; a força do grupo como referencial da subjetividade de quem está sendo vítima de assédio moral.

Afinal, as constantes humilhações; as injustiças; a perseguição e a discriminação causam marcas profundas no psiquismo.

Dor que não tem fim, como as crises de choro (sintoma, dessa dor emocional), e a eterna dúvida: o que esta acontecendo? O que fiz de errado? Por que estou sendo discriminado e isolado?

Atacada e acuada; sem o referencial do outro; com a autoestima em baixa; a vítima não percebe que está sofrendo uma das formas mais torpes de se destruir um ser humano: o assédio moral. Prática que devemos combater, como um compromisso ético em prol da saúde mental e emocional de todos os trabalhadores.

*Arthur Lobato é psicólogo, estudioso do assédio moral no trabalho


Publicado no Expressão Sinjus Nº183 - 28 de setembro de 2009

Encontro Regional de Montes Claros - 26/9/2009


No dia 26, acontece mais uma edição do Encontro Regional "Serjusmig, eu integro esta força", em Montes Claros. Mais de 150 servidores participam do evento.


A PREVENÇÃO DO ASSÉDIO MORAL NO SERVIÇO PÚBLICO





O SERJUSMIG, que vem trabalhando intensamente junto às autoridades públicas do Estado, no sentindo de buscar instituir medidas preventivas de combate ao Assédio, bem como a elaboração de projeto de lei tratando da matéria, programou para o evento uma palestra com o psicólogo Arthur Lobato .

Assédio Moral: VIRE ESSA PÁGINA

Entrevista Lydia Guevara Ramirez

A jurista cubana Lydia Guevara Ramirez é vice-presidente da Associação Latino-Americana de Advogados Laboralistas (ALAL); Secretária da Sociedade Cubana de Direito Laboral e Seguridade Social e professora universitária em Cuba. Nos dia 2 e 3/9/09, ela participou de palestras em BH, contando com o apoio do SINJUS-MG. Uma das atividades foi realizada no auditório do anexo I da Unidade Goiás do TJMG e teve como tema "Direitos Humanos e Dignidade no Trabalho na Perspectiva do Serviço Público" Após palestra a jurista concedeu entrevista ao Expressão SINJUS.




Expressão SINJUS: Qual é a relação entre o assédio moral, saúde no trabalho e direitos humanos?
Lydia Guevara: A relação entre o assédio moral, a saúde no trabalho e direitos humanos pode ser encontrada no respeito à dignidade do trabalhador. Isso porque direitos humanos são direitos adquiridos. O fato de a pessoa atravessar a porta da empresa para trabalhar não vai convertê-la, automaticamente, em um não-cidadão. E, como um dos direitos de cidadania é a saúde, o empregador é obrigado, por normas nacionais e internacionais, a preservar a saúde de seus funcionários, bem como sua integridade física e mental. É isso que impede a prática de assédio moral. Prática esta que, em meu conceito, é representada por condutas de violência no ambiente de trabalho: um atentado contra a saúde e, consequentemente, contra os ditames dos direitos humanos.

Expressão SINJUS: Qual deveria ser o papel dos gestores em relação à violência no trabalho?
Lydia Guevara: Os gerentes e demais dirigentes empresariais, em geral, devem cumprir a lei. Nesse caso, há normas que foram aprovadas em âmbito nacional, assim como há acordos incluídos em convenções coletivas de trabalho. Portanto, o cuidado com a integridade física e mental do trabalhador é parte da responsabilidade social que empregadores devem assumir. Isso faz parte do estado de bem-estar físico, mental e social que constitui o conceito de saúde definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).


“A saúde é um dos direitos de cidadania. O empregador é obrigado, por normas nacionais e internacionais, a preservar a saúde de seus funcionários,bem como a sua integridade física e mental”.


Expressão SINJUS: Existe um tipo de pessoa mais atingida pela violência psíquica?
Lydia Guevara: Pode-se dizer que o alvo de mais ataques, geralmente, são as pessoas que apresentam os melhores resultados profissionais. Indivíduos com mais qualificação que, aos olhos do assediador, podem representar risco para o posto que ele ocupa na hierarquia. Entretanto, vale lembrar que o assédio, assim como as demais condutas de violência no ambiente profissional, tem causas externas à pessoa que sofre. Os riscos ocupacionais que derivam disso não dependem da saúde pessoal. Afinal, ainda que a pessoa seja saudável, esses “ataques” ocasionam desgaste emocional, ansiedade e outros efeitos nocivos.

Expressão SINJUS: Quais são os objetivos e motivações do assediador?
Lydia Guevara: Os objetivos são desmotivar e desanimar a pessoa dentro de seu espaço profissional. Com isso, espera-se dobrar a vontade da pessoa, levando-a a desistir de qualquer resistência e, até mesmo, a abandonar o ambiente, demitir-se, deixando o espaço livre ao assediador. As motivações são muitas, mas sempre fundamentadas numa conduta perversa, no abuso de poder, na postura de superioridade, a fim de romper possíveis redes de proteção da vítima.

Expressão SINJUS: Como as vítimas de violência psíquica devem agir?
Lydia Guevara: Devem estar bem-informadas, conhecer o que está acontecendo e, a partir das informações e da formação que possuem, procurar
especialistas. Estes ajudam a levantar e preservar evidências, a fim de que as vítimas possam apresentar provas perante órgãos judiciais ou outros
que possam dirimir conflitos trabalhistas.

Expressão SINJUS: Como a direção das empresas deve agir para coibir essas práticas?
Lydia Guevara: A direção das empresas ou de qualquer organização é a principal garantia para a segurança e a saúde do trabalhador. Por isso mesmo, deve desarticular qualquer prática que implique violência, coerção, constrangimento no ambiente profissional. Para tanto, devem ser aplicadas medidas de prevenção, que são mais importantes do que ações de correção. Isso porque quando se utiliza a prevenção, evita-se a ocorrência da violência. Já as ações corretivas são utilizadas, lamentavelmente, quando o mal e os riscos à saúde já estão presentes. Com isso, ainda é necessário remediar lesões e danos já concretizados.

“Uma relação profissional com estabilidade,como no serviço público, amplia possibilidades de condutas de violência, pois a vítima tem mais dificuldades para abandonar ou pedir indenização”.


Expressão SINJUS: Qual é a importância das leis específicas e dos códigos de ética para coibir a violência no trabalho?
Lydia Guevara: A lei específica é um muro de contenção, que bloqueia todos que praticam ações de violência laboral. Isso porque, ao ter ciência de que as vítimas podem produzir provas em seu favor e os assediadores podem sofrer sanções, aqueles que adotam as práticas maléficas tendem a refrear esses comportamentos. Quando uma norma estabelece formas de se frear, eliminar e enfrentar a violência laboral, ela ajuda a criar um ambiente de mais tranquilidade, devido à necessidade de se respeitar a lei. Os códigos de ética podem ajudar, mas não substituem as leis (sejam nacionais ou internacionais), tampouco os acordos coletivos de trabalho. Isso porque, os códigos de ética, na verdade, são decisões administrativas (não obrigam) “aparentemente negociadas” com o coletivo de trabalhadores.

Expressão SINJUS: Quais são as táticas usadas pelos assediadores?
Lydia Guevara: As táticas mais usadas são: começar com ações sutis, imperceptíveis, que não deixam pistas ou marcas. Assim, a princípio, a vítima não percebe, chega a negar ou mesmo a acreditar que esteja provocando “determinadas situações”. Na sequência, as imposições psíquicas
vão crescendo, até terminar em verdadeira violência física e/ou psicológica, com uma crueldade sem limites, cujo propósito é provar o estado de “inferioridade” da vítima quando comparada ao assediador. Assim, ele garante que, naquele ambiente, a pessoa vitimada não conte com qualquer apoio, uma vez que desestimula a possível atuação ou rejeição de testemunhas.

Expressão SINJUS: Como os sindicatos devem atuar em relação a temas como violência e dignidade no trabalho?
Lydia Guevara: O mais importante é que as entidades sindicais estejam preparadas, conheçam bem esse assunto, acompanhem seminários, a fim de saber os riscos ocupacionais, tanto para a organização quanto para o indivíduo. Uma vez que tenham suficiente informação, devem repassá-la aos trabalhadores; trocar conhecimentos e experiências com as chefias/gerências, bem como criar grupos de trabalho que visem combater a violência psíquica e o assédio em seu raio de alcance no ambiente profissional.

Expressão SINJUS: Aborde peculiaridades do serviço público, em relação a condutas de violência psíquica:
Lydia Guevara: O que diferencia o serviço público do setor privado, em primeiro lugar, é o fato de se tratar de uma relação profissional com estabilidade. Isso amplia possibilidades de condutas de violência, pois a vítima tem mais dificuldade para abandonar ou pedir indenização em caso de rescisão do vínculo empregatício. Em segundo lugar, as relações hierárquicas burocráticas tornam difícil apontar a responsabilidade, que se dilui entre os diferentes níveis existentes, sobretudo em serviços como docentes, educativos, de saúde e de justiça. Além disso, no serviço público a violência é dobrada: vem de fora e de dentro. De fora, vem de usuários que não obtêm respostas satisfatórias às suas reclamações, ou recebem serviços de baixa qualidade, ou demora nas soluções e querem aplacar sua insatisfação. Muitas vezes, fazem isso por meio de violência física ou psicológica sobre aquele que presta o serviço. De dentro, vem da própria administração, que pode atuar com violência em relação aos servidores. Para complicar, é bom lembrar que, embora sendo uma prática generalizada, a violência psíquica não é facilmente reconhecida ou provada; há empenho em ocultá-la, culpando a vítima de falta de preparo ou de conhecimentos, entre outros possíveis “defeitos”. Tudo isso para negar a relação causal entre os riscos existentes e o resultado: um ambiente irrespirável e repleto de insatisfação e raiva.

Entrevista: Expressão Sinjus Nº182 - 14 de setembro de 2009
Foto: Thaniara Carvalho

domingo, 27 de setembro de 2009

O assédio moral nas assessorias é debatido no ENJAC-Goiânia-GO




Expositor: Arthur Lobato
(jornalista e psicólogo, membro da Executiva da FENAJ)


SEXTA-FEIRA - 02 de outubro - 16h45 às 18h45






O 17º Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Comunicação será realizado em Goiânia de 1º a 4 de outubro com o tema “Assessoria de Imprensa: O Jornalismo passa por aqui”. Além de um ato público em defesa do diploma, mais uma atividade foi acrescentada à programação do evento, o fortalecimento da Campanha Nacional Contra a Precarização das Relações de Trabalho dos Jornalistas.

Serão lançados novos materiais impressos e para utilização via internet, com o objetivo de combater fraudes como a pejotização, que retiram direitos da categoria.

Confira a programação completa:








QUINTA-FEIRA - 01 de outubro

14h às 16h30 – Oficinas paralelas
Oficina 1: As novas tecnologias como instrumento de trabalho (web, blog, redes de relacionamento e podcast)
Oficineira: Adriana Santiago (jornalista, professora da Universidade de Fortaleza-UNIFOR e Diretora de Cultura e Eventos da FENAJ)


Oficina 2: Media training – Preparando o assessorado para lidar com a mídia
Oficineira: Teresa Cristina Machado (jornalista, diretora da ATF Comunicação)

Oficina 3: Como avaliar os resultados e documentar o trabalho de assessoria de imprensa
Oficineira: Luciana Pereira (jornalista da Aproach Comunicação)

Oficina 4: Criação de uma empresa: o empreendedorismo na assessoria de imprensa
Oficineiro: Aldo Antônio Schmitz (administrador de empresas pós-graduado em Gestão de Comunicação, diretor do Instituto Superior em Comunicação)

16h30 – Credenciamento, inscrições e entrega de material

17h às 18h30 – Votação do regimento interno e escolha da mesa diretora

20h – Cerimônia de abertura

20h30 – Conferência Magna
Conferência Nacional – Novos paradigmas para a Comunicação no Brasil
Conferencista:
Franklin Martins (jornalista, ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República)

22h – Coquetel de boas-vindas


SEXTA-FEIRA - 02 de outubro

7h às 8h – Café da manhã

8h30 às 10h30 – Painel 1: O conhecimento do Jornalismo na Assessoria de Imprensa
Painelistas:
Manuel Carlos Chaparro (Jornalista, Professor da Universidade de São Paulo)
Josenildo Luiz Guerra (Jornalista, Professor, Chefe da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Sergipe)
Mediadora:
Silvana Coleta (Jornalista, Professora e Chefe da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás)

10h30 às 10h45 – Café com prosa

10h50 às 12h50 – Painel 2: Jornalismo Empresarial: uma tendência das Assessorias de Comunicação
Painelistas:
Inácio Muzzi (Jornalista e Vice-Presidente do Grupo Companhia de Notícia)
Luciana Pereira (jornalista da Aproach Comunicação
Mediador:
Antônio Carlos Cunha (Jornalista, Professor da Universidade Católica de Goiás, das Faculdades FASAM e Araguaia; Diretor dos Sindicato dos Jornalistas de Goiás)

12h50 às 14h30 – Almoço

14h30 às 16h30 – Grupos de trabalho paralelos

GT1 – Assessoria de Imprensa e suas interfaces com Publicidade e Propaganda e Relações Públicas
Expositora:
Graça Caldas (Jornalista, Professora da Universidade Metodista de São Paulo e das Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas)


GT2 – A Assessoria de Imprensa no serviço público e a criação da carreira de gestor em comunicação
Expositoras:
Rosângela Aparecida Elias (Jornalista, Técnica em Comunicação Social do MInistério da Previdência Social;
Wilma Annette Gonçalves (Relações Públicas, Técnica em Comunicação Social do Ministério da Agricultura)

16h30 às 16h45 – Café com prosa

16h45 às 18h45 – Grupos de Trabalho Paralelos

GT3 – O assédio moral nas assessorias
Expositor:
Arthur Lobato(jornalista e psicólogo, membro da Executiva da FENAJ)

GT4 – Ética profissional no exercício da Assessoria de Imprensa
Expositor:
Armando Rolemberg (Assessoria de Comunicação do Senado
e Comissão Nacional de Ética da FENAJ)

19h30 – Encontro festivo

SÁBADO - 03 de outubro

7h às 8h – Café da manhã
8h às 10h – Painel 3: Novas tecnologias e a comunicação direta com o público
Painelistas:
Elias Machado (jornalista, professor da Universidade Federal de Santa Catarina)
Marita Féres Cardillo (jornalista, coordenadora de Imprensa da Assessoria de Comunicação Social da Embrapa)
Nunzio Briguglio (jornalista, assessor de Comunicação do Ministério da Educação)
Mediadora
Carina Benedeti (jornalista, professora e coordenadora do curso de Jornalismo das Faculdades Alfa e secretária-geral do Sindicato dos Jornalistas de Goiás)

10h às 10h15 – Café com prosa

10h15 às 12h15 – Painel 4: A regulamentação profissional e a função de assessor de imprensa
Painelistas:
Cleinaldo Simões (jornalista, diretor da Cleinaldo Simões Assessoria de Comunicação)
Zelia Leal Adghirni (jornalista, professora da Universidade de Brasília)
Mediadora:
Maria José Braga (jornalista, secretária-geral da FENAJ e coordenadora de Comunicação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás)

12h15 às 14h – Almoço

14h às 16h – Plenária

16h às 16h15 – Café com prosa

16h15 às 19h – Plenária

21h – Festa de Encerramento

DOMINGO
04 de outubro

Programação livre

A programação do Encontro está sujeita a alterações, tanto em relação a temas quanto a palestrantes. Poderá ser acessada em:
www.enjac.org.br

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Direitos Humanos e Dignidade no Trabalho na voz de quem entende do assunto


A jurista cubana Lydia Guevara participa de atividades apoiadas pelo SINJUS-MG








O mês de setembro foi aberto por duas ricas atividades em Belo Horizonte. Ambas tiveram como protagonista a jurista e professora universitária cubana Lydia Guevara Ramirez. Em 2/9/2009, a estudiosa fez uma explanação sobre “Assédio Moral no Trabalho”, no plenário da Câmara Municipal de BH (CMBH).

No dia seguinte, 3 de setembro, Lydia passou a manhã no auditório da Unidade Goiás do Tribunal de Justiça de Minas (TJMG), onde abordou “Direitos Humanos e Dignidade no Trabalho na Perspectiva do Serviço Público”. As duas palestras tiveram apoio do SINJUS-MG e do Serjusmig. Na atividade realizada no TJ, o coordenador-geral do Sindicato, Robert França, integrou a mesa, ao lado do Superintendente da Ejef, des. Reinaldo Ximenes e do representante do Serjusmig, Rui Viana.

Entre outras atividades, Lydia Guevara é vice-presidente da Associação Latino-Americana de Advogados Laboralistas (ALAL). No TJMG, a palestra de Lydia foi direcionada, sobretudo, a magistrados e servidores, mas esteve aberta a qualquer pessoa interessada no tema. A escola Judicial (Ejef) se encarregou de organizar o evento, que foi bastante apreciado pelos presentes.


Entrevista: Expressão Sinjus Nº182 - 14 de setembro de 2009
Foto: Thaniara Carvalho

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Trabalho - tarefa e relacionamento

O trabalho é uma tarefa a ser executada. O êxito desta tarefa, muitas vezes, depende da interação com outros trabalhadores. O trabalho, portanto, envolve também o relacionamento. Muitos conflitos que ocorrem no ambiente de trabalho são ocasionados por problemas de relacionamento. Se por um lado, com o passar do tempo, ficamos amigos de diversos colegas de trabalho, acontece o oposto também, existem colegas com os quais não nos relacionamos.

Em toda amizade há identificação e projeção. No entanto, quem não é nosso amigo, não é necessariamente nosso inimigo, é “o outro”, o desconhecido, aquele que pensa e age diferente de nós. Amigos nós escolhemos, a convivência com eles nos dá prazer. Falamos, ouvimos, rimos, e somos solidários com eles nos momentos difíceis. Estamos sempre perdoando as falhas de nossos amigos e pedindo sua compreensão em nossos erros.

No trabalho não escolhemos nossos colegas. No serviço público o concurso seleciona nossos colegas por sua capacidade intelectual e no dia a dia do trabalho temos que nos relacionar com eles e elas, para a execução da tarefa. Razão e emoção entram em ação. Se nosso lado racional é aquele usado para executar as tarefas, nosso lado emocional é o que vai possibilitar um bom relacionamento com os outros colegas. É a “inteligência emocional”. Entretanto, existem em todos nós preconceitos, ou seja, conceitos pré- estabelecidos, construídos de forma “natural”, pela família, meio ambiente, sociedade e cultura na qual estamos inseridos. Assim, nos identificamos facilmente com quem possui padrões culturais e morais, semelhantes ao nosso. Como se diz de forma popular é a simpatia.

Mas, como lidar com o seu oposto - a antipatia, traduzida nesta simples frase “chegou um colega novo, não o conheço, mas não gostei do jeito dele”. Cria-se assim uma barreira contra o outro. Não queremos nos envolver, conhecer esta pessoa, e, esta antipatia, que é oriunda de um preconceito pode ser disseminada como um vírus causando um grande mal estar no ambiente de trabalho. É claro, que não é necessário ser amigo de todos os nossos colegas de trabalho. Mas, no exercício da tarefa temos que nos esforçar para sermos inteligentes emocionalmente, não deixando os pré- conceitos e as antipatias nos dominem.

O grupo de trabalhadores e as chefias devem ficar atentos para que pequenos problemas de relacionamentos, oriundos de preconceitos, não evoluam para práticas perversas como: isolar a pessoa do grupo, boicotar o trabalho do colega, humilhar, perseguir, reforçar o circuito de fofocas e zombarias, transformando um sujeito em objeto que deve ser descartado. Este tipo de atitude é muito mais que antipatia - é assédio moral.

Sabemos o quanto é difícil a convivência com o outro. Se com as pessoas que amamos, volta e meia, estamos em atrito. Imagine com quem não nos identificamos. O grande desafio, não só para o mundo do trabalho, mas para toda a humanidade, é saber conviver com as diferenças dos outros seres humanos, respeitar outras culturas, e saber que nossa sociedade só vai ser melhor se exigirmos nossos direitos e cumprirmos nossos deveres. Acima de tudo respeitando o nosso próximo. Afinal, para ser respeitado é preciso saber respeitar.

*Arthur Lobato é psicólogo.

Publicado no Jornal Expressão Sinjus Nº181 em 27 agosto 2009

Delegados para o Consinjus 2009:

"Justiça, Mobilização e Saúde do Trabalhador” é o tema da edição 2009 do Congresso dos SINDICAL Servidores dos Tribunais de Justiça (TJMG) e de Justiça Militar de Minas (TJMMG): 7º Consinjus. O evento será realizado de 2 a 4/10, no Hotel Canto da Siriema. De acordo com o estatuto do SINJUSMG, para participar, basta ser filiado (em dia) e devidamente inscrito. É possível participar como delegado ou convidado. Mas somente os delegados podem votar nas proposições. Os demais só têm direito a opinar.Em 4/8/2009, uma assembleia deliberou o dia 11 de setembro/09 como prazo final para a inscrição de delegados, na sede do Sindicato (Av. João Pinheiro, 39 – 10º andar).

Realizado a cada três anos, o Consinjus é instância máxima de deliberação da categoria. Nele, o Plano de Ação do SINJUS-MG é votado pelos delegados. Para tanto, importantes proposições são avaliadas. Durante o evento, os servidores acompanham palestras de especialistas (leia, abaixo, minicurrículos dos palestrantes); avaliam o trabalho do Sindicato; bem como ações, conquistas e perspectivas da categoria. Neste ano, haverá quatro painéis: Análise da Atual Conjuntura (com impactos da crise econômica) - Mobilização Social - Judiciário no Brasil e Saúde do Trabalhador, este
abordando também a questão da acessibilidade.

Minicurrículos dos palestrantes já confirmados

Análise de Conjuntura:

Wladimir Rodrigues Dias é Consultor da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) e professor da UNIBH. Ele é Graduado em Direito e Mestre em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro. Atualmente, faz doutorado em Direito Público pela PUC-MG/Universidade de Coimbra.

Regina Coeli M. Camargos é assessora técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Ela é doutora em Ciência Política pela UFMG (2008) e mestre em Ciência Política pela Unicamp (1993).


Mobilização Social

Frederico Vieira é Relações Públicas e Jornalista (UFMG). Atualmente, é pós-graduando em Adm. de Empresas (FGV). Já atuou como consultor de comunicação em companhias do setor de petróleo, como Petrobras e Ale. Sua experiência tem como ênfase a gestão da comunicação de projetos sociais, culturais/ ambientais vinculados ao Terceiro Setor e ao campo da Responsabilidade Social e Empresarial. É servidor da ALMG vinculado à Diretoria de Comunicação Institucional.

Judiciário no Brasil:

Antônio Álvares da Silva é doutor em Direito pela
UFMG. Atualmente, é professor na Escola de Direito da mesma Universidade, além de
desembargador do Tribunal Regional do Trabalho 3ª Região. Sua experiência tem como
ênfase Direitos Especiais.

Livingston José Machado é juiz Criminal de Contagem (atualmente, afastado pelo TJMG, aguardando “julgamento”). Ele é mestre em Direito Empresarial pela Universidade de Itaúna e pós-graduado em Metodologia do Ensino Superior pela UEMG. Hoje, atua como professor na Universidade Católica de Minas
(PUC).

Saúde do Trabalhador:

Margarida Maria S. Barreto é médica do trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Plásticas de São Paulo. Ela possui especialização em Homeopatia - Medicina do Trabalho e Higiene Industrial; além de mestrado e doutorado em Psicologia Social pela PUC/SP. Atualmente, é também professora convidada da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.


Fotos: Arquivo SINJUS
Publicado no Expressão Sinjus Nº181 - 27 de agosto de 2009

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Jurista cubana faz palestra no TJ

foto Renata Mendes



DIREITOS HUMANOS - O desembargador Reynaldo Ximenes apresenta a palestrante cubana Lydia Guevara





Ninguém pode dormir tranquilo quando há um homem, um só homem infeliz. Com essas palavras, do famoso poeta e escritor cubano José Martí, a jurista cubana Lydia Guevara encerrou sua palestra com o tema “Direitos humanos e dignidade no trabalho na perspectiva do serviço público” no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O evento, realizado na manhã de hoje, 3 de setembro, foi organizado pela Gerência de Formação Permanente da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), com o apoio dos sindicatos da Justiça de 1ª e 2ª Instâncias (Serjusmig e Sinjus).

Ao abrir o encontro, o 2º vice-presidente e superintendente da Ejef, desembargador Reynaldo Ximenes, saudou a palestrante Lydia Guevara, mencionando o rico currículo da jurista e a relevância do tema escolhido. Lembrou a história de Cuba, que implantou a duras penas regime político-econômico diferente do brasileiro, superando entraves e se destacando no cenário mundial nas áreas da saúde e educação. Falou da importância de se melhorar o ambiente de trabalho, certo de que a contribuição de quem já percorreu o mundo, como Lydia Guevara, será de grande proveito. Na oportunidade, presenteou a jurista com publicações sobre o TJMG e a Escola Judicial.

Após agradecer as palavras carinhosas do desembargador Reynaldo Ximenes, a jurista e professora Lydia Guevara iniciou seu pronunciamento abordando os direitos imateriais das pessoas, ou seja, aqueles que contribuem para a autoestima do cidadão e que devem ser respeitados. São os direitos relacionados a saúde, trabalho, honra, tutela judicial e educação, dentre outros. Definiu a dignidade como o princípio que norteia todos os direitos, devendo esse princípio ser respeitado pelo Estado e por todos que nele vivem. A palestrante ressaltou que não pode haver divisão entre os direitos do cidadão e os do trabalhador.

Apresentou o conceito de saúde no trabalho, compreendido pelo estado de bem-estar físico, psíquico e moral, e não pela ausência de enfermidades e acidentes de trabalho. Sobre a violência no trabalho, citou a definição da Organização Internacional do Trabalho (OIT): qualquer ação no exercício da atividade profissional que traga ameaça, agressão e humilhação para o trabalhador. Ela abordou ainda tipos de violência próprios da administração pública, citando a violação das normas vigentes, a desigualdade salarial, a subutilização das pessoas e os concursos fraudulentos como exemplos.

Assédio Moral

O assédio moral foi apontado pela professora como forma de violência no trabalho, ao denegrir, discriminar, humilhar o trabalhador e atacar a sua dignidade e integridade moral. Falou dos elementos considerados para tipificação desse tipo de conduta (uso abusivo do poder, ato freqüente e repetitivo, intenso e grave, dano causado) e das estratégias preventivas (tutelas inibitória, punitiva e ressarcitória).

A palestra, que foi seguida de debate, contou com a participação do coordenador-geral do Sinjus, Robert Wagner França, do 2º vice-presidente do Serjusmig, Rui Viana da Silva, do psicólogo e jornalista Arthur Lobato, de magistrados, servidores e convidados.


Assessoria de Comunicação Institucional - Ascom
TJMG - Unidade Goiás
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Lídia Guevara fala sobre Assédio Moral e a Responsabilidade Social do Empregador em Belo Horizonte


No dia 2 de setembro (quarta-feira), às 16h30, a jurista Cubana, Lídia Guevara, proferiu uma palestra sobre o Assédio Moral e a Responsabilidade Social do Empregador, no plenário JK da Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Lídia Guevara Ramirez participou de inúmeros debates e conferências sobre a atual conjuntura relativa ao mundo do trabalho latinoamericano, tornando-se exemplo na sua combatividade e inteligência.

Realizado pela Câmara Municipal de BH, através da vereadora Maria Lúcia Scarpelli PC do B/MG, o evento tem o apoio dos Sindicatos, SERJUSMIG e Sinjus, que integram a Comissão de Combate ao Assédio Moral no Serviço Público. A Comissão tem desenvolvido várias atividades e ações em defesa da integridade física e psíquica do trabalhador do Judiciário mineiro, que vão desde palestras, debates, produção de cartilhas, atendimento individual, defesa jurídica, a campanhas preventivas.

Lydia Guevara em palestra sobre Dignidade do Trabalhador no TJ


Robert França(coordenador geral do Sinjus),Rui Viana ( 2° vice-presidente do SERJUSMIG), Arthur Lobato (psicólogo e jornalista)e a palestrante Lydia Guevara

No auditório do TJMG, a professora e jurista cubana, Lydia Guevara, proferiu uma palestra para servidores e magistrados sobre “Direitos Humanos e Dignidade no Trabalho, na Perspectiva do Serviço Público”. Os sindicatos, SERJUSMIG e Sinjus, que já vêm desempenhando um trabalho de combate ao assédio moral desde 2007, apoiaram o evento e ressaltaram a importância da prevenção e combate à exposição de servidores a situações humilhantes e constrangedoras no local de trabalho.

Foram convidados para compor a mesa de debates: 2° vice-presidente do SERJUSMIG, Rui Viana, o coordenador geral do Sinjus, Robert França, o psicólogo e jornalista, Arthur Lobato e, para presidi-la, o desembargador e 2° vice-presidente do TJMG, des. Reynaldo Ximenes. A palestra foi transmitida, através de vídeo conferência, para as comarcas de Governador Valadares, Montes Claros e Passos.

Durante sua explanação, a professora Lydia explicou que o trabalho nos tribunais de justiça causa alto índice de estresse no trabalho. Segundo a mesma, um ambiente de trabalho de puro estresse e a estrutura hierarquizada dos Tribunais propiciam a não identificação do problema.

Assim, na tentativa de coibir o assédio moral no serviço público, Lydia Guevara ressaltou a importância dos servidores buscarem apoio em suas representações sindicais e salientou acerca da responsabilidade do Estado na prevenção do Assédio Moral.

Atualmente, além de cartilhas e palestras sobre o combate ao assédio moral, os sindicatos SERJUSMIG/Sinjus possuem uma equipe composta por um psicólogo, advogado e um representante sindical, que avalia os casos e orienta os servidores quanto às providências que deverão ser tomadas após constatado o assédio. Além disso, a Comissão acompanha e participa da criação de um projeto de lei na Assembléia Legislativa tratando sobre o tema.

Lydia Guevara também profere palestra na Câmara Municipal

No dia 2 de setembro, Lydia Guevara foi convidada para ministrar uma palestra sobre Assédio Moral e a Responsabilidade do Empregador na Câmara Municipal de Belo Horizonte.
A palestra realizou-se na Câmara Municipal por meio do apoio da vereadora Maria Lúcia Scarpelli, do PC do B/MG, com o apoio dos sindicatos SERJUSMIG e Sinjus.
O Evento contou com a participação de vários dirigentes sindicais e de políticos, além do ex embaixador do Brasil em Cuba, Tilden José Santiago.

Com informações do site do Serjusmig

Encontro do Serjusmig debate o Combate ao Assédio Moral em Poços de Caldas

No último sábado (29/08), mais de duzentos servidores se reuniram no Encontro Regional de Poços de Caldas. O evento: "Serjusmig, eu integro esta Força" contou com a presença de Servidores da Comarca de Poços e também das Comarcas de Alfenas, Andradas, Areado, Boa Esperança, Botelho, Cabo Verde, Caldas, Campestre, Campos Gerais, Carmo do Rio Claro, Elói Mendes, Guaranésia, Guaxupé, Itamogi, Machado, Monte Belo, Monte Santo de Minas, Muzambinho, Nova Resende, Paraguaçu, Passos, Poço Fundo, Pratápolis, Santa Rita de Caldas, São Sebastião do Paraíso, Três Pontas e Varginha.


Foram proferidas palestras sobre os principais assuntos de interesse da categoria na atualidade.Ao final de cada painel, os presentes puderam tirar dúvidas, apresentar críticas ou sugestões.

O combate ao assédio moral


Um tema que tem permeado os debates nos Encontros Regionais e outros tantos fóruns de discussão, o assédio moral no ambiente de trabalho, voltou a ser tratado pelo Psicólogo e Jornalista, Arthur Lobato, que passou a ser convidado a proferir sua palestras também fora do País.
Um relato sobre as ações do SERJUSMIG a respeito do combate ao Assédio Moral foi passado pelo 2º vice-presidente da entidade, Rui Viana da Silva.


Fonte: site SERJUSMIG

domingo, 23 de agosto de 2009

Lídia Guevara Ramírez em Belo Horizonte

“... é necessário mudanças para que o centro de trabalho não se converta no último campo de batalha”, coloca como exemplo o trabalhador que morre em acidente de trabalho, a empresa paga funeral, entrega flores, faz todo um ritual e na hora de cobrar a indenização a família tão emocionada com a atitude da empresa apenas diz: “ Não, eles já foram tão bons durante o funeral.”, ficando por isso mesmo.
Lidia Guevara (Pesquisadora Cubana), durante o FSM.

A jurista cubana Lídia Guevara virá ao Brasil em setembro para participar do XXXI CONAT, que se realizará em Belo Horizonte, de 3 a 5 de setembro de 2009.
Lídia Guevara, é advogada, Secretária Geral, da Sociedade Cubana de Juristas e também da ALAL – Associação Latino-Americana de Advogados Laboralistas.

Lídia Guevara transcendeu fronteiras na luta pela construção de uma sociedade mais inclusiva, que garanta os direitos fundamentais ao trabalhador, na busca de um mundo melhor, com trabalho digno a todos, sem fronteiras.

Lídia Guevara participou no FORUM SOCIAL MUNDIAL a convite do Movimento Sindical Brasleiro em Porto Alegre, RS, BRASIL, em 2005, Caracas, VENEZUELA, 2007 e Belém, Pará, BRASIL, em 2009.

No Fórum Social Mundial (2005) foram lançados, a Rede Latino Americana de Combate ao Assédio Moral (Brasil, Uruguai, Argentina, Cuba) e o Fórum Nacional pelo Fim do Assédio Moral.

No Fórum Social Mundial (2009) Lídia Guevara – ALAL – Cuba, participou junto com referências nacionais e internacionais na área do Assédio Moral, como: Prof Dr. José Roberto Heloani - UNICAMP/FGV-Brasil, Margarida Barreto -NEXIN/PUC/SP, Arthur Lobato - SINJUS - SERJUSMIG - Brasil, entre outros.

O blog: www.assediomoralesaudenotrabalho.blogspot.com foi lançado durante o Fórum Social Mundial em Belém, Pará.

XXXI Congresso Nacional de Advogados Trabalhistas em Belo Horizonte


O XXXI Congresso Nacional de Advogados Trabalhistas - CONAT será realizado em Belo Horizonte, de 3 a 5 de setembro, no Centro de Convenções do Mercure Hotel.

"OS DESAFIOS DO DIREITO DO TRABALHO NO CONTEXTO DA CRISE FINANCEIRA E A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE"

A mesa de abertura do evento contará com a presença dos presidentes da OAB Federal, Cezar Britto e da Seccional mineira, Raimundo Cândido Júnior.

Além de palestras de especialistas brasileiros, o evento terá a participação dos argentinos Hector Omar Garcia e Luis Enrique Ramirez, do portugues José Augusto Ferreira da Silva, do espanhol Joaquin Pérez Rey e da cubana Lydia Guevara Ramírez.

O ministro da Justiça, Tarso Genro participa da abertura solene do evento e foi escolhido patrono nacional, enquanto o advogado mineiro Afonso Celso Raso será o patrono estadual do encontro que deverá atrair advogados, procuradores, juízes, professores, bacharéis em Direito, estudantes e representantes de outras esferas também ligadas ao tema.

O CONAT será aberto na quinta-feira, 3 de setembro, às 19h30, e vai até sábado, com palestra de encerramento de Luiz Salvador, um dos grandes nomes da literatura sobre o Direito do Trabalho no Brasil.

Outros nomes entre os expositores são os dos ministros do TST, Maurício Godinho e José Luciano Castilho; do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, Márcio Pochmann; dos desembargadores do TRT, Márcio Túlio Viana, Sebastião Geraldo de Oliveira , Marcelo Pertence; dos juízes do Trabalho, Jorge Luiz Souto Maior e José Eduardo Chaves e dos advogados trabalhistas José Caldeira Brant e José Affonso Dallegrave Neto.

Informações: CONAT

domingo, 5 de julho de 2009

IV CONSEJUD - Congresso do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia



Nos dias 09 a 12 de julho de 2009, será realizado, na Capital baiana, o Congresso do SINPOJUD - Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia(CONSEJUD).

Tema:SERVIDOR CIDADÃO,COMPROMISSO E ÉTICA NO PODER JUDICIÁRIO

Dentre os subtemas o assédio moral e sexual no serviço público será debatido com a palestra do psicólogo Arthur Lobato, pesquisador e coordenador de grupos de estudo nos sindicatos de servidores da justiça de Minas Gerais - Sinjus -MG e Serjusmig.

domingo, 28 de junho de 2009

Audiêndia Pública - Assédio Moral



Chegou a hora de falarmos deste crime...

Composição da mesa:


Deputado Estadual Durval Ângelo - Presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG

Vereadora Maria Lúcia Scarpelli

Arthur Lotado - Sindicato dos Jornalistas

Célia De Lelis - Presidente do SINDIBEL

Wanderson Rocha - Sind Rede BH

Sônia Peres - SITRAEMG

Rosangela Morais Antunes - escritora - autora do livro " Eu... Vítima de Assédio Moral

E OUTROS

sábado, 27 de junho de 2009

ENCONTRO REGIONAL MANHUAÇÚ



SERJUSMIG, EU INTEGRO ESTA FORÇA!

Data: Sábado – 27 de Junho de 2009.

Local: MANHUAÇÚ CENTER HOTEL

08:30 às 09:00 – Credenciamento e café da manhã.

09:00 às 09:20 – Abertura oficial com apresentação das lutas do Sindicato: “SERJUSMIG, Eu integro esta força”.

09:20 às 10:30 – Proposta de Alteração do Plano de Carreiras, Adicional de Desempenho (ADE) – 1º Vice Presidente e Presidente do Serjusmig, respectivamente.

10:30 às 11:00 – Debates

11:00 às 12:30: - Palestra: “ Consciência e Mudança de Comportamento” – Professor, Júllio Machado. 12:30 às 14:00 – Almoço.

14:00 às 14:40 – Palestra: Assédio Moral – Um inimigo invisível no local de trabalho – Professor, Jornalista e Psicólogo, Artur Lobato.

14:40 às 15:10 – Ginástica Laboral – Fisioterapeuta, Sânia de Sousa Cançado.

15:10 às 16:10 – Temas diversos (convênios, Contribuição Compulsória de 3,2% para o IPSEMG; Ações Judiciais, Campanha salarial 2009, diligências, redesenho, Instituição da Gratificação de 20% sobre PJ 77 para os gerentes de Secretaria, PLC 105/08...).

16:10 às 16:40 – Debates

16:40 – Encerramento com sorteio de brindes e Coffe-breack.

SEMINÁRIO EM SAÚDE DO TRABALHADOR DE UBERABA


I Seminário de Saúde e Qualidade de Vida do Trabalhador do Setor Sucroalcooleiro de Uberaba e Microrregião

II SEMINÁRIO EM SAÚDE DO TRABALHADOR DE UBERABA e Microrregião


Data 24 e 25 de junho de 2009
Local: CEA
Endereço: Av Frei Paulino, 30

Programação dia 24/068:00 h - Entrega de material

8:30 h – Abertura
Prefeito Municipal e Secretário Municipal da Saúde

9:00 h - Palestra: "Política Nacional de Saúde do Trabalhador"
– Representante do Ministério da Saúde

9:40 h - Coffe-break
10:00 h - Palestra: "Trabalho Exaustão e Morte nos Canaviais".
José Roberto Novaes
- Professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro


11:00 h – Exibição do Vídeo Documentário-Migrantes
José Roberto Novaes
- Professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

11:30 h – Debate

12:00 h - Intervalo

14:00 h – Apresentação Cultural
14:20 h- Palestra – “Trabalho e Saúde na Industria da Cana”
José Carlos Cacau Lopes
Secretaria de Saúde de São José do Rio Preto

15:30 h - Coffe-break
15:50 h - . Continuação – “Trabalho e Saúde na Industria da Cana”
José Carlos Cacau Lopes
Secretaria de Saúde de São José do Rio Preto

16:30 h –Debate

17:00 h Encerramento.

Programação dia 25/06


8:30 h – Palestra: “Prazer e saúde no Trabalho”
Profa. Leda Gonçalves de Freitas

Leda Gonçalves de Freitas
Possui graduação em Pedagogia pela Associação de Ensino Unificado do Distrito
Federal (1987), mestrado em Educação pela Universidade de Brasília (1995) e
Doutorado em Psicologia pela Universidade de Brasília (2006). Atualmente é
Professora titular da Universidade Católica de Brasília como professora dos cursos
de Pedagogia e Administração. Na UnB está atua no curso de Especialização em
Psicodinâmica do Trabalho.


10:00 h - Coffe-break

10:20 h - Palestra: "Adoecimento Mental relacionado ao trabalho - Conhecendo a
Síndrome de Burnout".
Dra. Ana Maria Benevides Pereira

Graduada em Psicologia pela Universidade de Mogi das Cruzes (1973), mestrado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1979), doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (1994) e Pós-Doutorado pela Universidad Autónoma de Madrid. Atualmente é professora na Universidade Estadual de Maringá, na Universidad Autonoma de Madrid e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia da Saúde, bem como em Educação e Ensino, atuando principalmente nos seguintes temas: burnout, estresse ocupacional, estresse e burnout docente, avaliação psicológica, elaboração de escalas em psicologia e educação.
11:30 h - Debate
11:30 h – Intervalo
13:30 h – Apresentação Cultural

13:50 h - Palestra - "Assédio Moral no trabalho - buscando alternativas".
Arthur Lobato Magalhães Filho


Psicólogo, pesquisador do assédio moral no trabalho e membro das Comissões de Combate ao Assédio Moral no SINJUS, SERJUSMIG E SITRAEMG. Coordenador de Grupos de Estudos sobre o Assédio Moral em sindicatos. Criação de plantões de atendimento a vítimas de Assédio Moral. Apresentou e defendeu tese sobre o combate ao assédio moral no Congresso Nacional de Jornalistas em São Paulo. É autor de cartilha sobre o combate ao assédio moral, além de artigos em jornais, revistas, sites, blogs e palestras sobre o tema.

15:00 h - Coffe-break

15:30 h - Síndrome de Burnout em Agentes Comunitários de Saúde de Uberaba e
Estratégias de enfrentamento - Relato de pesquisa.
Ms. Stela Heloisa Telles

Graduada em Psicologia pela Universidade de Uberaba, Especialista em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica – PUC/MG; Especialista em Administração de Recursos Humanos pela Faculdade de Ciência Econômica do Triângulo Mineiro em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia; Especialista em Terapia Familiar Sistêmica pela Holon Espaço Dinâmico e Mestre pela Universidade de São Paulo.

16:00 h - Debate

17:00 h Encerramento.

Comissão de Direitos Humanos discute assédio moral



As constantes denúncias de assédio moral que chegam à Assembleia Legislativa de Minas Gerais e a ausência de uma legislação específica para coibir esse tipo de prática levaram a Comissão de Direitos Humanos a realizar, na próxima quarta-feira (24/6/09), uma audiência pública sobre o assunto. A reunião acontece no Auditório da ALMG, a partir das 9 horas.

O autor do requerimento foi o presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT). O parlamentar destacou que há dez anos a comissão vem realizando debates sobre o tema, motivados pelas denúncias de assédio moral cada vez mais constantes. Durval Ângelo disse que a maioria dos casos acontecem no ambiente de trabalho, em que chefes submetem seus subordinados a humilhações e constrangimentos morais.

O deputado defende uma legislação específica para tratar desses casos, mas lembrou que a Justiça já está julgando ações motivadas por situações caracterizadas como assédio moral. Ele informou que em relação às denúncias recebidas pela comissão, os deputados buscam as ouvidorias competentes e orientam as vítimas para que procurem apoio junto aos seus sindicatos e ingressem ações na Justiça. Um dos objetivos da audiência, segundo o deputado, é mobilizar os sindicatos na defesa dos trabalhadores vítimas dessa prática.

Foram convidados para a audiência a presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Câmara Municipal de Belo Horizonte, vereadora Maria Lúcia Scarpelli; a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais (Sitraemg), Sônia Maria Peres de Oliveira; a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), Célia de Lélis Moreira; o vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Arthur Lobato Magalhães Filho; o diretor administrativo e financeiro do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH), Wanderson Paiva Rocha; e a autora do livro "Eu... Vítima de Assédio Moral", Rosângela Morais Antunes.





Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

Servidores públicos pedem lei específica para coibir assédio moral


Servidores públicos que participaram da audiência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais nesta quarta-feira (24/6/09) apresentaram várias propostas para combater o assédio moral na administração pública. Entre elas, a criação de uma legislação específica, um seminário para discutir o assunto e a criação de comissões paritárias no âmbito dos Poderes do Estado. A proposta de legislação deveria prever a retirada do assediador do ambiente de trabalho e seu encaminhamento para tratamento psicológico, indenizações para as vítimas e punições claras, entre outras regras.

Esses foram alguns resultados da audiência promovida pela comissão, a requerimento do deputado Durval Ângelo (PT), presidente. Ele se comprometeu a realizar novo debate assim que a Assembleia receber projeto do governador tratando do assédio moral na administração pública. "A comissão será um canal oficial para aprimorar a proposta", assegurou. Tramitou na ALMG recentemente o Projeto de Lei (PL) 2.130/08, do deputado Sargento Rodrigues (PDT), que vedava o assédio moral e que acabou sendo retirado pelo autor. De acordo com Durval Ângelo, teria havido um acordo entre parlamentares, entidades sindicais e governador, para envio de novo projeto ao Legislativo, desta vez de origem governamental.

O ouvidor da Guarda Municipal de Belo Horizonte, William Santos, defendeu a aprovação de uma lei estadual sobre o tema, mas ponderou que ela só poderia tratar de aspectos administrativos e sua abrangência seria a administração pública. Por isso, defendeu que também seja feita pressão política para formulação de lei federal sobre o assédio moral - que poderia tratar tanto de matéria penal quanto de constrangimentos no setor privado. "Será preciso coibir a banalização das penas", enfatizou, referindo-se à prestação de serviços à comunidade e à distribuição de cestas básicas.

Ineditismo - O deputado Durval Ângelo informou aos convidados que apresentará requerimento visando à remessa da legislação de Contagem (Região Metropolitana de Belo Horizonte) para as câmaras municipais. Contagem é a primeira cidade do Estado que tem uma lei sobre assédio moral.

Vítima que lançou livro apresenta várias propostas

A ex-servidora Rosângela Morais Antunes, autora do livro "Eu, vítima de assédio moral", apresentou várias sugestões à Comissão de Direitos Humanos. Ela cobrou com urgência a criação de lei específica sobre o assunto, mas que não se restrinja a tipificar esse tipo de conduta. "O assédio moral mata, deixando vivo um corpo sem vida. Não queremos que nos escutem chorar e que digam: já passou", testemunhou ela, lembrando que a vítima de humilhação e de perseguições no seu ambiente de trabalho muitas vezes não tem o sofrimento visto pelos outros. "O assédio anula o psíquico. Não há exame físico que comprove o dano", ensinou ela, que ouviu essa cobrança por exames de um perito do INSS que lhe negou benefício.

Para ela, uma proposta de regulamentação precisa avançar com a abordagem dos seguintes aspectos: punição clara para o assediador e para colegas que participam do assédio; afastamento do assediador do ambiente de trabalho, que deverá ser encaminhado a tratamento psicológico; parâmetros para indenizações; definição de como apresentar provas (documentos ou gravações). Isto porque, segundo Rosângela, contar com testemunhas é quase impossível. "No meu local de trabalho, a colega que me dizia como minha situação era humilhante é a mesma que hoje ocupa meu cargo. E eu não a culpo, pois ela precisa", disse. Rosângela trabalhava na secretaria de educação de um município que não revela. Ela foi exonerada quando estava recebendo auxílio-doença.

Tipificação - O deputado Durval Ângelo defendeu que a legislação defina bem a prática do assédio moral, sem ampliar demais o conceito, até mesmo para garantir vitórias na Justiça, em caso de ações. Para ele, o problema do assédio moral tem crescido muito na esfera pública por causa da natureza da ocupação dos cargos. "A pessoa que ocupa um cargo de confiança é, na verdade, de confiança do chefe, que por sua vez é subordinado ao prefeito, ao governador ou ao presidente."

Problema cresce na esfera pública, que vive a institucionalização do assédio moral
Representantes de servidores da Prefeitura de Belo Horizonte e do Judiciário relataram suas experiências de assédio moral. O secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), Israel Arimar de Moura, sugeriu a existência de um novo tipo de assédio moral: o institucional, além do assédio de chefe contra subordinado, de subordinados contra o chefe e entre colegas de trabalho. "A instituição passa a ser cúmplice do assédio e a referendá-lo", avaliou, trazendo o caso de parecer de Corregedoria da PBH que sugeria advertência a testemunhas de defesa de um servidor, com a insinuação de que elas estariam praticando, na verdade, perjúrio.

O diretor administrativo e financeiro do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH), Wanderson Paiva Rocha, citou o caso de funcionários terceirizados que aderiram à greve realizada em 15 de abril. Segundo ele, em represália, a Secretaria Municipal de Educação teria ordenado aos diretores de escolas que fizessem advertência a esses terceirizados. "Foi tudo verbal; não houve documento por escrito com essa ordem", relatou, enfatizando que a Corregedoria da PBH seria política e não administrativa.

De Wanderson Rocha partiu a sugestão de um seminário, bem como a cobrança para que a Câmara Municipal de Belo Horizonte aprove projeto sobre assédio moral. Segundo ele, projeto aprovado antes foi vetado pela prefeitura e o veto, mantido. Também presente à reunião, a presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e de Direitos Humanos da Câmara, vereadora Maria Lúcia Scarpelli, declarou seu apoio às propostas de prevenção e combate ao assédio.

Servidores do Judiciário relatam sua experiência

A presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça de 1ª instância (Serjusmig), Sandra Silvestrini, avaliou que a institucionalização do assédio moral é uma grave questão no Judiciário. "Exige-se do servidor que ele saiba com quem está falando", ilustrou, fazendo alusão à famosa frase "Você sabe com quem está falando?", comum na sociedade brasileira e muito usada como artifício para fugir de responsabilidades civis e penais. Sandra Silvestrini denunciou que, entre os instrumentos de assédio, estão a avaliação de desempenho (cujo resultado insatisfatório prejudica a carreira) e o processo administrativo (que muitas vezes desconsidera, na hora de decidir sobre o caso do servidor, toda a apuração feita).

O coordenador-geral do Sindicato dos Servidores da Justiça de 2ª instância (Sinjus), Roberto Wagner França, falou sobre a experiência do plantão de atendimento, formado por advogado, psicólogo e sindicato, que busca orientar os servidores. "É preciso difundir informação e mudar o pacto do medo pelo pacto da solidariedade", defendeu. Assim como outros convidados, o Sinjus lembrou que a questão do assédio moral tem implicações não somente para o assediado, mas também econômicas, com prejuízos para a sociedade, que paga o salário do servidor público.

Procurar ajuda - O vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SPJMG), Arthur Lobato Magalhães Filho, que também é psicólogo, enfatizou a importância de procurar ajuda. Ele orientou ao servidor que se sentir assediado moralmente que procure os colegas e também a entidade que o representa. "O assédio moral é um processo. As perseguições, humilhações e desqualificações acabam fazendo com que a vítima entre em conflito consigo mesma, julgando-se culpada, e aí acaba adoecendo", esclareceu.

O deputado Durval Ângelo disse que apresentará requerimento à Mesa para que seja criada uma comissão sobre assédio moral na ALMG, com participação paritária. "A Assembleia deve dar o exemplo", enfatizou ele, informando que esse problema também existe no Legislativo estadual.

Do deputado Durval Ângelo:

* audiência para obter esclarecimentos sobre a situação do jornalista José Cleves, acusado injustamente da morte de sua mulher e absolvido pela Justiça. Na reunião, haverá o lançamento do livro "A Justiça dos Lobos", de autoria dele.



Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

sábado, 30 de maio de 2009

Assédio e discriminação racial


* Arthur Lobato


Humilhação, indignação, sofrimento, impotência, esses devem ser alguns dos sentimentos dos escravos. Pensar que era natural considerar um ser humano inferior a outro por causa de sua cor. Tratados como animais, eram também “despossuídos” de alma. A escravidão era a base de sustentação econômica de um Brasil ainda imperial e agrário. A eterna exploração do homem pelo homem.

Albert Camus já afirmava, em sua obra prima:“O Homem Revoltado”: “a revolta começa quando o escravo diz não!” Inicia-se a luta pela liberdade. Surgem os quilombos, reprimidos de forma violenta, mas nunca dizimados. Um homem vira herói negro: Zumbi. Palmares é mais do que um espaço físico: é um ideal de liberdade. Surgem outros idealistas, os abolicionistas, que lutaram pela igualdade dos homens, enfrentando com coragem um mal que persiste até hoje.

Comemorar o quê?

No Brasil, um decreto acabou, da noite para o dia, com a escravidão; sem dar condições aos afro descentes de sobreviver de forma digna, aumentado, ainda mais, as contradições socioeconômicas de nosso País.

Nesse 13 de Maio tivemos pouco a comemorar. A cada época a violência reaparece sob novas formas, mas enquanto a violência física deixa marcas visíveis, na violência moral, as feridas são invisíveis. O resultado de humilhações constantes é um sofrimento vivenciado de forma intensa. A violência moral pode levar a vítima a
depressões crônicas e até mesmo ao suicídio.

Em nosso trabalho de combate ao assédio moral, detectamos muitos conflitos que começam por causa de diferenças que geram discriminação, intransigência e rivalidade.

Marie-France Hirigoyen, pesquisadora do assédio moral no trabalho, constatou que “todo assédio é discriminatório, pois vem ratificar a recusa de uma diferença ou uma particularidade da pessoa. A discriminação (racial)é habitualmente dissimulada, tendo em vista o fato de ser proibida por lei, e, por isso, muito frequentemente se transforma em assédio moral”.

É importante lembrar que, no assédio moral no trabalho, muitas vezes, o que está em jogo é uma relação de poder, de domínio sobre o outro. E o poder não tem sexo, raça ou credo. O assédio é realizado de forma oculta, dúbia, maliciosa, dando margem a diversas interpretações, atuando no psicológico e no emocional da pessoa.

Combater o assédio moral, combater a discriminação racial, lutar por melhores condições de trabalho, são muito mais do que palavras, devem ser ações para que a realidade seja transformada, não por decretos, mas por vontade e participação de todos nós, servidores, sindicalistas e cidadãos.


* Arthur Lobato é psicólogo, pesquisador do assédio moral no trabalho e membro da Comissão de Combate ao Assédio SINJUS-MG/Serjusmig


* Publicado no Jornal Expressão Sinjus Nº177 - 25 de maio de 2009

Expressão Sinjus 177

Serjusmig em Governador Valadares


Palestra no Encontro de Servidores da Justiça das comarcas da região - SERJUSMIG


O SERJUSMIG sempre preocupado com questões que prejudicam o trabalho e a saúde dos servidores, realiza evento dia 30 de maio na comarca de Governador Valadares.

TEMA:Assédio Moral – Um inimigo invisível no local de trabalho

O psicólogo Arthur Lobato, estudioso do Combate ao Assédio Moral no serviço público, é palestrante no encontro.

Para Lobato, o assédio moral pode surgir por causa de problemas decorrentes da estrutura do trabalho, do excesso de tarefas e sua relação com o tempo de cumprimento; funcionários em número reduzido ou com pouca experiência e capacitação para exercer as tarefas no ritmo necessário para cumprir o plano de metas.

Além disso, o assédio surge quando os gestores usam do autoritarismo e práticas perversas sobre o grupo de trabalhadores em busca de produtividade, tendo como conseqüência queda da produtividade devido ao absenteísmo, licenças médicas, desunião do grupo, e pedidos de mudança de setor.

Palestra no Encontro de Servidores da Justiça das comarcas da região - SERJUSMIG

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Data: Sábado – 30 de Maio de 2009.
Local: NALTECI BUFFET
Rua, 34 número 234
Ilha dos Araújos - Governador Valadares, MG, Brasil

08:30 às 09:00 – Credenciamento e café da manhã.

09:00 às 09:20 – Abertura oficial com apresentação das lutas do Sindicato: “SERJUSMIG, Eu integro esta força”.

09:20 às 10:30 – Proposta de Alteração do Plano de Carreiras, Adicional de Desempenho (ADE) – 1º Vice Presidente e Presidente do Serjusmig, respectivamente.

10:30 às 11:00 – Debates

11:00 às 12:30: - Palestra: “ Consciência e Mudança de Comportamento” – Professor, Júllio Machado.

12:30 às 14:00 – Almoço.

14:00 às 14:40 – Palestra: Assédio Moral – Um inimigo invisível no local de trabalho – Professor, Jornalista e Psicólogo, Arthur Lobato.

14:40 às 15:10 – Ginástica Laboral – Fisioterapeuta, Sânia de Sousa Cançado.

15:10 às 16:10 – Temas diversos (convênios, Contribuição Compulsória de 3,2% para o IPSEMG; Ações Judiciais, Campanha salarial 2009, diligências, redesenho, Instituição da Gratificação de 20% sobre PJ 77 para os gerentes de Secretaria, PLC 105/08...).

16:10 às 16:40 – Debates

16:40 – Encerramento com sorteio de brindes e Coffe-breack.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Servidor é trabalhador

* Arthur Lobato

No Brasil, o serviço público é, constantemente, criticado pela mídia. Filas, lentidão dos processos e, principalmente, a estabilidade do servidor são objetos de reportagens, que visam incutir na população a idéia de que a culpa dos problemas do serviço público esta no servidor. Este é apresentado como marajá, incompetente e preguiçoso. São omitidas as falhas e problemas das instituições, criando no imaginário coletivo, por meio de notícias distorcidas, a imagem de que o funcionário público não é trabalhador.

Quem conhece o trabalho dos servidores do Tribunal de Justiça (TJMG), fica impressionado com a quantidade de serviços executados e a executar. Afinal, em uma sociedade em crise, a justiça é o caminho natural para resolução dos conflitos. Na etapa da mediação e negociação entre as partes, para resolver os conflitos e pendências por via processual, o que encontramos, nas secretarias, são mesas abarrotadas de processos, e, mesmo que o número de servidores fosse dez vezes maior, ainda assim, seria impossível “agilizar a produção”. Isso, porque o trabalho do servidor no TJMG não é como uma linha de produção de uma fábrica. O servidor tem de ler, interpretar, analisar, redigir. Tudo isso, com competência e agilidade, pois, um pequeno erro tem conseqüências sobre o indivíduo, a família e suas interações com o tecido social.

Pesquisas mostram que juízes também estão adoecendo pelo excesso de trabalho, como diagnosticou Herval Pina Ribeiro, em seu livro/pesquisa, “O Juiz Sem a Toga”. A pesquisa contou com o apoio do sindicato e do Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

Unidos pela saúde do trabalhador

O Sinjus-MG e o Serjusmig aguardam a publicação de uma portaria que criará uma comissão que vai organizar e implantar uma pesquisa sobre a saúde mental do servidor no TJMG. Em plena crise econômica, com exigência de “produtividade” no serviço público, mais do que nunca temos que preservar a saúde dos trabalhadores.

Não podemos aceitar que os servidores deixem de ser sujeitos para se transformarem em objetos, peças que são substituídas por outras peças. Não podemos esquecer neste
1ͦ de Maio, a luta dos trabalhadores que pagaram com sua própria vida para que melhores condições de trabalho fossem conquistadas. É bom refletir, rememorando como eram comuns jornadas de trabalho de 16 horas; crianças trabalhando nas fábricas, salários irrisórios. Hoje, muitos trabalhadores se acomodam com as atuais oito horas de trabalho diário, em vez de intensificarem as lutas pela jornada menor que resultará na ampliação de empregos. Criticam-se seis horas de trabalho no serviço público, conquista mais do que justa, sobretudo ao considerarmos o desgaste mental e emocional dos servidores.

Devemos lutar - denunciar, não aceitar que a conjuntura econômica, social e política propiciem o aumento de casos de assédio moral como mecanismo de pressão, desestabilizando emocional e psiquicamente o servidor.

A estabilidade no emprego nada significa, sem que a saúde do trabalhador seja preservada. A luta atual tem de ser contra o assédio moral, processo perverso que adoece e destrói o ser humano. Que o TJMG perceba que o projeto de pesquisa representará um avanço na relação entre a instituição, seus servidores e os sindicatos.

*Arthur lobato é psicólogo e participa da Comissão de Combate ao Assédio Moral no Sinjus/Serjusmig e Sitraemg.


Artigo publicado no jornal Expressão Sinjus 176 - 7 maio 2009